Tempo
|

Paulo Portas diz que “Grândola” "nunca se deixou de cantar”

26 fev, 2013

Em Espanha, o governante descreveu os portugueses como gente moderada, que é capaz de enfrentar desafios muito difíceis com a cabeça muito erguida, com muita dignidade como povo.  

O ministro dos Negócios Estrangeiros acredita na coesão social em Portugal e está confiante de que a sociedade portuguesa quer "superar esta etapa" de crise, sublinhando que 'Grândola, vila morena' "nunca se deixou de cantar".

O chefe da diplomacia portuguesa foi questionado, esta terça-feira, sobre o facto de se voltar a ouvir em Portugal esta canção de "Zeca" Afonso, pelo presidente do fórum Nueva Economia, em Madrid, no qual participou, com o seu homólogo espanhol, José Manuel García-Margallo.

"Em Portugal volta a cantar-se o hino 'Grândola, Vila morena'. Acha que a crise provocará situações extremas em Portugal", questionou José Luis Rodríguez. Em resposta, Paulo Portas sublinhou que o tema "nunca se deixou de cantar" e que "foi uma canção muito importante nas transformações em Portugal".

"Vocês conhecem os portugueses? São gente moderada, gente que é capaz de enfrentar desafios muito difíceis com a cabeça muito erguida, com muita dignidade como povo. Ao Governo compete fazer propostas razoáveis, economicamente aceitáveis e socialmente aceitáveis", afirmou.

"O 'mainstream' da sociedade portuguesa quer superar esta etapa, recuperar a nossa independência financeira. Aprendemos com as lições do passado. E creio na coesão social básica em Portugal. Chamo a atenção de que as reformas mais importantes se fizeram com um acordo social. É um dever do Governo procurar esse acordo", acrescentou.

Já antes, na apresentação de Portas, o chefe da diplomacia espanhola tinha mencionado 'Grândola, Vila Morena' para recordar que a liberdade em Portugal foi alcançada antes da liberdade em Espanha [já que o ditador militar espanhol Francisco Franco faleceu em 1975, mais de um ano depois da revolução portuguesa que conduziu à democracia].