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Militantes do PSD criticam Gaspar. "Acho que isto é o abismo"

22 fev, 2013 • Paula Caeiro Varela

Foi uma noite de protestos para o ministro das Finanças, que entrou e saiu de um debate sobre a reforma do Estado pela garagem, ao som de palavras de protesto.

Militantes do PSD criticam Gaspar. "Acho que isto é o abismo"
O ministro das Finanças não escapou, na quinta-feira à noite, aos protestos de populares na rua nem às críticas dos militantes do PSD nas Jornadas de Consolidação, Crescimento e Coesão, que decorreram em Lisboa.

“A nossa dívida já vai em 125% do PIB. Com uma população de um milhão e meio de pessoas sem trabalho, acha que é o caminho para a consolidação, crescimento e coesão? É que eu acho que isto é o abismo”, afirmou um social-democrata, dirigindo-se a Vítor Gaspar.

O desemprego é uma preocupação do Governo, garantiu o ministro, com um aviso.

“Os empregos não se criam por decreto. É preciso que as empresas privadas tenham condições para investir e criar empregos”, justificou.

Mas outras preocupações se fizeram ouvir: “É preciso coragem para o senhor ministro vir até aqui, porque não é fácil as medidas que está a implementar, mas se calhar não serão as melhores neste momento. Pergunto-me quando vamos mudar”.

Vítor Gaspar diz perceber a angústia, mas avançou outra explicação.

“Os custos que estamos a enfrentar com este ajustamento prolongado e doloroso têm a ver com as características da crise que estamos a viver e não directamente com as políticas que têm de ser postas em prática para resolver essa crise”, afirmou.

O ministro das Finanças reafirmou, várias vezes, que estamos no princípio do fim do programa de ajustamento, repetiu que admite o agravamento da recessão para o dobro do que estava Orçamento do Estado e reforçou mais um aviso: vai ser preciso executar medidas que estavam guardadas para o caso de dificuldades orçamentais.

Sem nunca concretizar a ideia, saiu tal como entrou no debate com militantes do PSD – pela garagem – sem passar pelos manifestantes que resistiram toda a noite na rua e ao som das mesmas palavras de ordem.