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Passos diz que relatório do FMI não é "a Bíblia do Governo"

11 jan, 2013

Governante considerou que, nesta altura, é mais importante olhar para o diagnóstico e para os problemas identificados no relatório.

Passos diz que relatório do FMI não é "a Bíblia do Governo"
O primeiro-ministro considerou que o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre cortes na despesa "está muito bem feito", subscrevendo as palavras do secretário de Estado Carlos Moedas, mas afirmou que ele não é "a Bíblia do Governo".

Numa conferência de imprensa conjunta com o presidente do Parlamento Europeu, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, Pedro Passos Coelho considerou que, nesta altura, é mais importante olhar para o diagnóstico e para os problemas identificados no relatório do FMI do que discutir cada uma das suas propostas.

"Algumas dessas soluções terão viabilidade, outras não irão ter. Elas não são vistas nem como a Bíblia do Governo nem como o nosso ponto de chegada", acrescentou o primeiro-ministro, apelando a um debate nacional o mais alargado possível sobre a redução da despesa pública e a reforma do Estado.

Questionado sobre como classifica o relatório do FMI, Passos Coelho respondeu: "O relatório é um relatório importante, naturalmente. E o meu secretário de Estado adjunto, o engenheiro Carlos Moedas, disse, e muito bem, que é um relatório que está muito bem feito, que contém informação muito relevante".

O primeiro-ministro assinalou que "o Governo português disponibilizou toda a colaboração necessária, como lhe competia", para esse relatório, porque ele foi elaborado a seu pedido.

Governo tem “total legitimidade” para governar
O primeiro-ministro garantiu também que o Governo tem toda a legitimidade para governar e tomar as medidas necessárias para garantir o melhor para o país.

Um dia depois de o PS ter defendido que o Executivo PSD/CDS não tem legitimidade para aplicar as medidas propostas pelo FMI, Pedro Passos Coelho contesta, defendendo que “este Governo não foi apenas eleito para executar o memorando de entendimento com a ‘troika’”.

“O Governo foi eleito para governar o país de acordo com o seu próprio programa e de acordo com as necessidades que o país tem”, afirmou Passos Coelho. Por isso, reafirma que o Executivo que lidera “tem total legitimidade para tomar todas as medidas que forem necessárias para preparar o futuro o país”.