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Relatório FMI

PS promete oposição a cortes e diz que Gaspar "é incompetente"

10 jan, 2013

Socialista José Junqueiro pede a Passos Coelho que seja “mais sério”.

O PS prometeu "oposição total" ao Governo caso tencione aplicar as medidas previstas no relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), considerando que o ministro Vítor Gaspar é "um incompetente" e que o primeiro-ministro "deve ser sério".

"O ministro das Finanças é um incompetente, o primeiro-ministro é uma pessoa inexistente e nós portugueses não temos de pagar essa incompetência", criticou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.

José Junqueiro foi ainda mais longe nas suas críticas a Pedro Passos Coelho. "Digo ao primeiro-ministro que deve ser sério, que deve apenas cumprir aquilo que assumiu cumprir perante os portugueses. Um primeiro-ministro sério, um primeiro-ministro responsável politicamente não pode dizer uma coisa aos portugueses e agora, nas suas costas, sem ser sufragado para tal, estar a fazer exactamente o contrário".

Sobre as propostas do relatório do Fundo Monetário Internacional para cortar na despesa pública, Junqueiro considera que o “Governo que não tem qualquer legitimidade [para o concretizar], porque não submeteu a sufrágio público nenhuma das medidas e nenhuma das medidas consta do memorando da “troika” (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia)".

De acordo com José Junqueiro, o relatório do FMI "considera como financiamento do Estado o ordenado de cada um, a pensão de cada um e o despedimento dos funcionários públicos". "O PS não aceita esta atitude do Governo, não aceita este esmagamento das pessoas e do Estado social. Se o Governo insistir em executar essas medidas, terá a nossa oposição total", advertiu o vice-presidente da bancada socialista.

Nas suas declarações aos jornalistas, no final da reunião semanal da bancada do PS, José Junqueiro sustentou que, na sequência da divulgação do relatório do FMI, "está em causa um novo programa do Governo e algo que não está no memorando" subscrito pelo Estado Português em 2011.

O dirigente socialista falou ainda em divisões dentro do PSD e da maioria governamental na reacção à divulgação do relatório do FMI, dando como primeiro exemplo o facto de o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, ter pedido a demissão do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas.

"Significa que estão a dar trocos entre si. E quando o CDS diz que nada tem a ver com o relatório e que isto apenas são propostas, então percebemos que há uma fragilidade na coligação", acrescentou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.

O Estado social será o tema central nas Jornadas Parlamentares do PS, marcadas para segunda e terça-feira, em Viseu.