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António Costa ironiza que relatório do FMI pode ser de "técnico falso"

09 jan, 2013

Documento defende colocação em mobilidade especial de 30 a 50 mil funcionários públicos e um corte em todas as pensões.

António Costa ironiza que relatório do FMI pode ser de "técnico falso"

O presidente da Câmara de Lisboa recorreu à ironia para comentar o relatório encomendado pelo Governo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a despesa do Estado. Questionado pelos jornalistas, António Costa respondeu que "com propostas dessa natureza, vejam mesmo se é do FMI, se é de um técnico falso".

O autarca falava no final de uma conferência de imprensa que decorreu nos Paços do Concelho após uma reunião de Câmara. 
 
Relativamente às propostas  do relatório do FMI, António Costa não quis comentar por não ter lido o documento nem assistido à sua divulgação oficial pelo Governo.  

"Ouvi algumas coisas, mas eram de tal forma extraordinárias que nem quis acreditar que seja verdadeiro. Aguardo para ver uma versão autêntica para poder acreditar que existe esse relatório e com esse conteúdo", sublinhou.
 
O relatório do Fundo Monetário Internacional divulgado esta quarta-feira pelo “Jornal de Negócios” e entretanto disponibilizado no site do Governo, sugere que o Executivo poderá atingir o objectivo de um corte de 4 mil milhões de euros na despesa pública através do aumento das taxas moderadoras, a colocação em mobilidade especial de 30 a 50 mil funcionários (professores e pessoal não docente) e de um corte em todas as pensões.  
 
Em nome do "aumento da eficiência do Estado, reduzindo a sua dimensão de forma a suportar a saída da crise", o FMI propõe a redução de funcionários e salários na Educação, Saúde e forças de segurança e cortes no Estado Social, que o Fundo considera iníquo, especialmente para os mais jovens. 
 
O documento, em versão final, refere que há classes profissionais, como polícias, militares, professores, médicos e juízes, que têm "demasiadas regalias". 
 
É defendida ainda a aplicação de um corte transversal no salário base dos trabalhadores da Função Pública entre os 3% e 7% de forma permanente a partir de 2014. 
 
A dispensa de pessoal docente e não docente, que permitiria uma poupança até 710 milhões, e um aumento das propinas no ensino superior são outras opções apontadas no relatório.