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Merkel recebida por protesto silencioso no Parlamento Europeu

07 nov, 2012 • Daniel Rosário

Pacificamente e em silêncio, um pequeno grupo de eurodeputados, entre os quais parlamentares do Bloco de Esquerda e do PCP e de funcionários, empunhava cartazes onde se podia ler “a austeridade mata”.

Merkel recebida por protesto silencioso no Parlamento Europeu
Ao entrar para a sala onde debateu durante mais de uma hora com os líderes das famílias políticas do Parlamento Europeu, Angela Merkel tinha à sua espera um protesto.

Um pequeno grupo de eurodeputados, entre os quais parlamentares do Bloco de Esquerda e do PCP, e de funcionários empunhava cartazes onde se podia ler “a austeridade mata”. Pacificamente e em silêncio, limitaram-se a segurar os cartazes à passagem da chanceler alemã.

No interior da sala, onde não havia uma cadeira vazia, o ambiente não foi muito diferente, mas as regras do jogo não complicaram a vida a Merkel. A chefe do Governo alemão fez uma intervenção inicial e respondeu depois a duas rondas de intervenções por parte dos representantes das sete famílias políticas. Destes, dois são germanófonos e outros dois são alemães, tal como o presidente do Parlamento Europeu, que se sentou ao lado da chanceler.

Merkel referiu-se várias vezes a Portugal, numa ocasião para garantir que reconhece os esforços levados a cabo por portugueses, mas também por gregos, espanhóis e irlandeses, para afiançar que os mesmos “estão a valer a pena”, pois as reformas em curso permitiram reduzir o custo da mão-de-obra e relançar a competitividade destes países.

Noutra ocasião referiu o drama do desemprego entre os jovens, para explicar que a Europa até colocou dinheiro dos fundos estruturais à disposição de Portugal e Espanha, mas que ela não pode obrigar estes países a gastar o dinheiro que não têm nos seus próprios orçamentos para implementar programas de apoio aos jovens.

Por fim, utilizou Portugal para criticar as reformas demasiado elevadas que existem na Grécia, muito superiores às portuguesas, apesar de os países terem um peso económico comparável.

Os parlamentares ouviram, alguns criticaram, muitos aplaudiram e Merkel lá foi para Londres, em mais uma das visitas que está a efectuar a diferentes capitais europeias e que a levará a Lisboa na próxima-segunda-feira.