18 out, 2012
O presidente do CDS acaba de emitir um comunicado, no qual garante que o seu partido vai votar o Orçamento do Estado, porque o país não pode ter uma crise política, que agravaria ainda mais a situação económica e social.
Na nota enviada esta quinta-feira de manhã à redacção da Renascença, Paulo Portas sublinha que o seu partido valoriza a estabilidade, sobretudo, num momento em que o país está sujeito a um programa de assistência, e tem consciência de que a falta de um Orçamento do Estado seria o incumprimento dos acordos assinados com os credores.
“O CDS tem o peso que os portugueses lhe deram. Sendo a terceira força política e acreditando nas instituições, o CDS sublinha que, sobretudo numa situação de emergência nacional, todos têm um contributo a dar para assegurar a estabilidade política, o consenso nacional e a coesão social em Portugal”, escreveu o líder do partido.
Paulo Portas adianta que se vai reunir amanhã com os deputados do CDS e garante que grupo parlamentar centrista vai apresentar propostas para melhorar alguns aspectos do Orçamento durante a discussão no Parlamento.
Passos fala sobre as contas e a coligação
O primeiro-ministro promete falar esta quinta-feira sobre o Orçamento do Estado e a crise política na coligação.
As contas do Estado foram entregues na segunda-feira na Assembleia da República e desde essa altura que se conhecia a opinião oficial do CDS sobre o documento. Até hoje.
Ontem, Pedro Passos Coelho viajou para a Roménia para o congresso do Partido Popular Europeu e prometeu falar esta quinta-feira – o que já vai acontecer depois do comunicado enviado por Paulo Portas, que devia ter acompanhado Passos Coelho a Bucareste, mas cancelou a viagem.
Vice de Portas diz que crise política “seria desastrosa”
Contactado pela Renascença, o vice-presidente do CDS José Manuel Rodrigues sublinha as palavras de Paulo Portas e afirma que o partido votará a favor do Orçamento do Estado para evitar uma crise política.
“Em nome dos interesses nacionais, uma crise política neste momento seria desastrosa e poderia colocar Portugal perto da situação grega, o que não interessa”, defende.
“Não sei o que se vai seguir ao Orçamento do Estado, mas acho importante que se altere o documento no sentido de reduzir a despesa do Estado e aliviar esta carga de impostos que está prevista”, diz também.
Questionado sobre uma possível desagregação após a aprovação do Orçamento, José Manuel Fernandes responde: “Eu espero que isso não aconteça”.