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Governo não é "cego nem surdo" face às "dificuldades do país"

21 set, 2012

Pedro Passos Coelho garante que Executivo não ficará “mudo” perante as dificuldades do país.

Governo não é "cego nem surdo" face às "dificuldades do país"
No primeiro debate quinzenal após o anúncio das novas medidas de austeridade, o primeiro-ministro começou por sublinhar que o Governo "sabe o que está a fazer", apesar de existirem "dificuldades acrescidas que não foram antecipadas". Logo depois, o secretário-geral do PS acusou Passos Coelho de se encontrar em estado de negação e a restante oposição foi pelo mesmo caminho, afirmando que este Governo já "faz parte do passado" e está a "afogar-se".

O primeiro-ministro garantiu, esta sexta-feira, no Parlamento, que o Governo não foi "cego" nem "surdo” relativamente às manifestações de sábado. Pedro Passos Coelho sublinha que não ficará mudo "perante as dificuldades do país".

"Nós não podemos e não somos surdos nem cegos relativamente ao país e seguramente não ficaremos mudos perante as dificuldades do país”, disse o primeiro-ministro durante o debate quinzenal, na Assembleia da República.

Passos Coelho respondia ao líder da bancada do CDS, Nuno Magalhães, que o questionou sobre as manifestações de sábado.

"Eu posso ser muito determinado, mas não confundo determinação com intransigência", disse o primeiro-ministro, sendo aplaudido pelas bancadas da maioria PSD/CDS.

Nesta fase do debate, o secretário-geral do PS também confrontou o primeiro-ministro se era verdade que, na sequência das a introduzir no IRS, os portugueses iriam perder metade do salário - notícia publicada no "Correio da Manhã".

"Senhor deputado [António José Seguro], eu não sou director do Correio da Manhã. Portanto, penso que o senhor deputado se equivocou no destinatário da pergunta", afirmou.


CDS-PP assinala "sentido útil" dos "sacrifícios" dos portugueses
O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, disse esta sexta-feira no Parlamento que os democratas-cristãos sabem "como a vida está difícil para muitos portugueses" e, referindo-se às manifestações de sábado, defendeu o "sentido útil" dos "sacrifícios".

"Todos nós, nenhuns mais do que outros, sabemos como a vida está difícil para muitos portugueses. Nessa medida, é preciso estarmos certos que estes sacrifícios têm um sentido útil e que importa assinalar um conjunto de factos que provam que este esforço dos portugueses está a valer a pena", afirmou Nuno Magalhães.

O presidente da bancada do CDS-PP, que abriu o debate quinzenal com o Governo, referiu-se directamente às manifestações de sábado, convidando o primeiro-ministro a pronunciar-se sobre a forma como os sacrifícios vão valer a pena, porque é isso dá "sentido ao rigor" e "esperança às pessoas".

"No passado fim-de-semana, muitos portugueses, seguramente das mais variadas orientações políticas, manifestaram com enorme civismo, a sua preocupação, a sua angústia e o seu protesto", afirmou Nuno Magalhães.

O líder parlamentar do CDS-PP elencou "seis factos" que dão "esperança que o caminho difícil vai permitir a Portugal e os portugueses sair da situação dificílima em que se encontravam".

Segundo Nuno Magalhães, foi o "cumprimento" por parte de Portugal e dos portugueses que permitiu "flexibilizar as metas do défice", "ter um balança comercial que pela primeira vez em 70 anos está perto de estar equilibrada", com o crescimento das exportações", que fez os "juros de mercado secundário descerem", que retirou Portugal de país em número três de risco de bancarrota na lista da OCDE e que permitiu uma "credibilização crescente internacional" que o separa da Grécia.

O líder parlamentar do CDS-PP referiu-se ainda à "redução histórica da despesa pública orgânica do Estado".