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PCP contra "roubo descarado" aos trabalhadores

07 set, 2012

Jerónimo de Sousa apela aos portugueses que se "ergam" e "lutem" contra as novas medidas de austeridade do Governo.

PCP contra "roubo descarado" aos trabalhadores

O secretário-geral do PCP considera que as novas medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro foram "pior" que o esperado, traduzindo-se "num mês de salário roubado a todos os trabalhadores", e apelou aos portugueses para que se "ergam" contra o Governo. 
 
"A declaração de Passos Coelho ao país foi pior do que se pensava", disse Jerónimo de Sousa, numa declaração aos jornalistas na Festa do Avante!, na Quinta da Atalaia, no Seixal. 
 
O líder comunista sublinhou que "Descodificada a intervenção e a demagogia", aquilo "que é concreto, aquilo que o povo português vai saber", é que "vai perpetuar-se o roubo de dois salários" para pensionistas, reformados e trabalhadores do sector público, a que se junta "novidade de agora esse roubo ser extensível aos trabalhadores do sector privado". 
 
"O que significa, feitas as contas (...), um mês de salários roubado a todos os trabalhadores", sublinhou. 
 
"E, simultaneamente, com descaramento, os patrões, as entidades patronais, passam a descontar menos", acrescentou, destacando que se trata de "uma transferência directa desse roubo para os bolsos do capital". 
 
Para o PCP é, por isso, "profunda demagogia falar em desemprego", porque as medidas agora anunciadas "significarão inevitavelmente mais desemprego e mão de obra mais barata, mais exploração dos trabalhadores". 
 
"Consideramos que este é o caminho para o desastre e se não interrompermos esta política, se não rejeitarmos este pacto de agressão, obviamente o país afunda-se, os trabalhadores viverão pior, os reformados viverão pior, a própria economia continuará em recessão", acrescentou Jerónimo de Sousa, numa referência ao acordo de ajustamento financeiro assinado com os credores internacionais.
 
Para o líder do PCP, "a resposta tem de ser a luta" e apelou aos trabalhadores para responderem a "este roubo descarado".

"A questão está em saber se os trabalhadores baixam os braços e aceitam estas medidas draconianas, com prejuízo das suas vidas, ou se erguem e lutam contra esta política, contra este pacto de agressão e contra este Governo que, de facto, quer dar cabo do resto", afirmou.
 
"É preciso que os trabalhadores respondam com indignação, com protesto, mas com luta para travar este caminho para o desastre que hoje foi anunciado por Passos Coelho", acrescentou, referindo que a CGTP convocou m Dia Nacional de Luta para 1 de Outubro, data do seu 42.º aniversário, que deverá envolver greves, acções de rua e plenários nas empresas.
 
Jerónimo de Sousa lamentou ainda que o primeiro-ministro, na sua declaração hoje ao país, em que anunciou um aumento das contribuições para a Segurança Social, tenha mostrado "mais uma vez aquilo que fica intocável, apesar daquelas palavras  generalistas em relação aos lucros e grandes fortunas".