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PCP exige explicações sobre desaparecimento de documentos dos submarinos

12 ago, 2012

“Alguém tem de ser responsável", afirma Jerónimo de Sousa.

PCP exige explicações sobre desaparecimento de documentos dos submarinos

O secretário-geral do PCP exige o "apuramento da verdade" no caso dos submarinos e do alegado desaparecimento de documentos do Ministério da Defesa relativos à compra desses equipamentos.

Jerónimo de Sousa, à margem de um comício no Algarve, diz que não faz “julgamentos sumários”, mas o Ministério da Defesa “em a obrigação estratégica de reserva dos documentos e eles desapareceram”.

“Alguém tem de ser responsável", afirmou o líder comunista aos jornalistas, após discursar num comício realizado em Monte Gordo, concelho de Vila Real de Santo António.  
 
O secretário-geral do PCP disse ser necessário "apurar a verdade" porque a situação do desaparecimento de documentos "é profundamente inquietante num negócio dessa dimensão e natureza, com as condições e contrapartidas que são conhecidas". 
 
Jerónimo de Sousa frisou que, "se esse apuramento da verdade não se faz, os portugueses têm razões para desconfiar cada vez mais deste poder político que nos últimos anos tem governado o país", porque "há coisas que não batem a bota com a perdigota" no âmbito desse caso. 
 
O secretário-geral comunista exemplificou com a compra de um electrodoméstico, que disse ter "dois anos de garantia, enquanto comprar submarinos tem um ano", e considerou que "há contradições que podem revelar indícios de corrupção".
 
Questionado sobre as declarações de Zita Seabra sobre a ligação entre o PCP, a antiga República Democrática Alemã e a antiga Fábrica Nacional de Ar Condicionado (FNAC) para fins de espionagem nos anos de 1980, o dirigente do PCP desvalorizou o tema.  
 
"Quero reafirmar o que o PCP disse: que essa pessoa, as suas afirmações, não merecem nem credibilidade nem comentário. Até diria que, tendo em conta a situação tão dramática que se vive neste país, não devíamos gastar mais cera contra o ruido de fundo", respondeu. 
 
Durante o discurso no comício, Jerónimo de Sousa solidarizou-se com as vítimas dos incêndios do mês passado no Algarve e denunciou a "política de terra queimada" praticada pelos sucessivos Governos e que levaram ao abandono do interior do país e de sectores produtivos como a agricultura.