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Secretas

“Berbicacho” ou não, Relvas diz que vai “sair mais forte”

28 mai, 2012

A pressão aumenta e Marcelo Rebelo de Sousa não antevê um bom futuro para o ministro dos Assuntos Parlamentares.

“Berbicacho” ou não, Relvas diz que vai “sair mais forte”
Numa breve declaração ao jornal “i”, o ministro Miguel Relvas assegura: “Vou sair mais forte deste caso”. No domingo à noite, no seu comentário habitual, Marcelo Rebelo de Sousa chamou-lhe “berbicacho número 1 do Governo”.

Têm sido várias as contradições vindas a público sobre a relação entre o agora ministro dos Assuntos Parlamentares e o ex-presidente das secretas (SIED) Jorge Silva Carvalho. O adjunto de Miguel Relvas demitiu-se e a pressão sobre o braço direito do primeiro-ministro parece ter aumentado, sendo que Pedro Passos Coelho já anunciou que segue a máxima de que “quem mente sai”.

Miguel Relvas já prestou esclarecimentos na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sobre alegadas pressões feitas a uma jornalista do “Público”, mas nada mais adiantou sobre a polémica das secretas. Hoje, ao “i”, apenas garantiu que vai sair mais forte deste caso.

Na opinião do social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa, ambos os cenários têm custos: “Tirá-lo tem um custo monumental, embora possa ser inevitável; não tirá-lo tem um custo enorme, que é tê-lo meio morto”.

“Miguel Relvas, de facto, está visto que devia ter continuado a ser secretário-geral do partido”, conclui.

Hoje, a imprensa traz mais pormenores sobre o caso Silva Carvalho, com o jornal “i” a avançar que o ex-chefe do SIED, já na Ongoing, terá encomendado um relatório sobre a FINER TEC, uma empresa luso-angolana, à qual estava ligado Miguel Relvas.

O “Diário de Notícias”, por seu lado, revela que Silva Carvalho tinha, num dos telemóveis, a lista de compras – designação dada à lista de telefonemas do jornalista Nuno Simas, a que o ex-responsável do SIED negou, no Parlamento, ter acesso.

Até agora, o primeiro-ministro tem dito que mantém a confiança em Relvas, mas será difícil desviar-se do tema no próximo debate quinzenal no Parlamento, marcado para quarta-feira.