21 mai, 2012
O PSD vai votar contra os pedidos de audição relativos ao caso que envolve o ministro Miguel Relvas e o jornal “Público”, por considerar inoportuno o Parlamento tratar este assunto enquanto decorrerem averiguações na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
Esta posição foi confirmada à Lusa pelo vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Luís Menezes, que acusou os partidos da oposição de estarem a agir por "oportunismo político" ao pedirem para ouvir o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares e jornalistas do “Público” em comissão parlamentar.
"Nós queremos que seja averiguada toda a verdade. Confiamos inteiramente ERC para fazer essa averiguação e achamos que não é oportuno, neste momento, trazer o assunto para o Parlamento, a não ser por mera jogada de oportunismo político. Com isso, nós não pactuaremos", afirmou Luís Menezes.
O ministro foi acusado de ameaçar divulgar na Internet dados da vida privada de uma jornalista do "Público". Miguel Relvas vai responder por escrito às perguntas enviadas pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sobre esta matéria.
PS pediu audição
O pedido de audição foi formalizado no Parlamento pelo PS, confirmou o deputado Manuel Seabra. "Das duas uma: ou os factos são desmentidos e a história morre ou são confirmados e há contornos de grande gravidade", disse.
"Se há facto que a mim me parece intolerável é o de dirigir ameaças de divulgação da vida privada seja de quem for. Esta situação é agravada pelo facto de ser proferida por alguém que tem responsabilidades governativas na área da comunicação social”, acrescentou Manuel Seabra.
Antes, os socialistas querem ouvir a direcção do jornal. O PS, para já, não avança com o pedido de demissão do ministro Relvas - prefere esperar pelas audições para tirar consequências políticas.