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Hélder Amaral

Entre velhos do Restelo e Adamastores Portugal deve seguir em frente

25 abr, 2012 • Marta Grosso

Deputado do CDS-PP apelou no Parlamento, nas cerimónias comemorativas do 25 de Abril, ao consenso e ao empenho de todos os portugueses para ultrapassar a crise.

Entre velhos do Restelo e Adamastores Portugal deve seguir em frente
Numa sessão solene no Parlamento marcada pelas ausências da Associação 25 de Abril, em protesto contra a política seguida pelo Governo PSD/CDS-PP, e dos históricos socialistas Mário Soares e Manuel Alegre, em solidariedade para com os "militares de Abril", o deputado do CDS/PP Hélder Amaral declarou: "Quem dá certificados para cada um de nós estar aqui é o povo soberano, não uma associação ou um político em especial".
O deputado do CDS- PP Hélder Amaral recorreu à história para sublinhar o carácter bravio do povo português, que deve ser rebuscado hoje para enfrentar a crise que o país enfrenta.

Hélder Amaral falava no Parlamento, no âmbito da cerimónia oficial de comemoração da Revolução de 25 de Abril de 1974. Num discurso marcado por momentos de alguma emoção, o deputado centrista começou por comentar as ausências na sessão deste ano, recordando que “quem dá certificados para estar aqui é o povo” e não determinados nomes. "O 25 de Abril tem autores, não tem donos".

“Este não deve ser um tempo de divergências, mas de consensos. Os adversários não estão à esquerda ou direita mas na crise”, sublinhou depois, para apelar ao consenso na necessária reorganização do Estado, com vista a reagir às dificuldades que o país hoje atravessa.

“Vivemos num país em que a iniciativa económica e o emprego vivem em crise e a nossa soberania em risco. Há medidas a tomar e impõe-se que reorganizemos o Estado. Os próximos anos requerem um esforço decisivo de consenso”, afirmou.

Não querendo “mascarar as dificuldades” que os portugueses enfrentam, Hélder Amaral lembrou outros tempos e sublinhou “a bravura da nossa gente” para desbravar novos caminhos que levaram à fundação de Portugal como nação.

“Os velhos do Restelo de um lado e os Adamastores do outro nunca foram para nós obstáculos. Quando parecia que não havia alternativa para a nossa gente, foi quando Portugal profundo se fez a outros mundos e fundou uma cultura multirracial. É tempo de voltarmos a encontrar a esta nossa história para com todos ultrapassarmos as dificuldades”, afirmou.

O deputado do CDS-PP mostrou-se depois convicto de que, “se bem aprendermos as lições [do actual] período de emergência, teremos um Portugal mais justo, menos reféns de grupos específicos, mais empenhado em produzir riqueza do que em gastar o que não tem”.

E reforçou a necessidade de agir – “Portugal não pode ficar refém das incertezas e ficar à mercê das consequências da inacção” – sem qual tal signifique “que os nossos actos não sejam ponderados”.

“Importa convocar os portugueses para um desafio comum. Portugal tem que se impor como um país de gente empreendedora”, conclui por fim, num apelo à união de todos neste período difícil.

Hélder Amaral foi o quarto deputado a discursar na Assembleia da República, depois de José Luís Ferreira (Verdes), Cecília Honório (Bloco de Esquerda) e Agostinho Lopes (PCP). Seguiram-se-lhe Carlos Zorrinho (PS) e Pedro Pinto (PSD).