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Um "herói" do holocausto. Aristides de Sousa Mendes é homenageado em Viseu

04 abr, 2012

O “Cônsul desobediente” que deu o visto a milhares de judeus, durante a Segunda Guerra Mundial, para que pudessem fugir aos campos de concentração e evitar a morte.

Um "herói" do holocausto. Aristides de Sousa Mendes é homenageado em Viseu
A  Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV) em parceria com o Departamento congénere da Diocese de Viseu promoveu uma celebração memorial de Aristides de Sousa Mendes, no aniversário da sua morte (dia 3 de Abril). Em Cabanas de Viriato, sua terra natal, estiveram presentes familiares e amigos do homem que salvou a vida a milhares de judeus.

Após a missa de homenagem, seguiu-se a visita ao jazigo onde se encontram os restos mortais de Aristides de Sousa Mendes. “Um homem que só tem um nome: herói”, estas são as palavras de muitos dos judeus apoiados por ele, conta o organizador da celebração, padre João Rodrigues.

Foi também “uma pessoa generosa, com o costume de convidar à sua mesa, para além do familiário, pessoas que tinham dificuldades, pobres da região", relembra um dos sobrinhos que conviveu durante 18 anos com Aristides de Sousa Mendes.

Um dos netos, o Major Álvaro de Sousa Mendes, é o presidente da Fundação dedicada ao avô. O familiar diz que não consegue apagar da memória o sofrimento de Aristides de Sousa Mendes nos últimos anos de vida. “Foi confrontado com a sua consciência, com os seus problemas. Foi castigado, suas funções foram suspensas. O lhe provocou uma séria de problemas, entre os quais, ver os filhos a desaparecer [para outros países]. Ele próprio disse: ‘eu não posso vos manter aqui, não tenho dinheiro’ – eram 14”, revela Álvaro de Sousa Mendes.

Aristides de Sousa Mendes gostava de ler Balzac e ouvir Schubert. Gosto recordado em Cabanas de Viriato no dia em que se prestou homenagem ao “Cônsul desobediente”.