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Governo inventou "nova língua do financês" para contrariar a realidade

13 mar, 2012

Sobre o Presidente da República, Francisco Louçã diz que transformou o segundo mandato "numa espécie de algazarra permanente".

Governo inventou "nova língua do financês" para contrariar a realidade

O líder do Bloco de Esquerda (BE) acusou esta segunda-feira o primeiro-ministro de "não saber o que dizem" outros membros do Governo e de ser "corrigido" por eles, considerando que o Executivo inventou "uma nova língua, o financês", que contraria a realidade. 
 
Durante um jantar-comício no âmbito das jornadas parlamentares do partido, Francisco Louçã utilizou por diversas vezes a ironia e o humor para criticar o que disse ser "o autoritarismo" do Governo PSD/CDS-PP e as suas explicações sobre casos como o da Lusoponte, da privatização do BPN ou os dividendos na REN e EDP. 
 
"O Governo descobriu agora uma nova forma de tratar os problemas e eu quero falar-vos dela, porque ela é imaginosa, não podíamos supor que isto fosse possível. A solução do Governo é: se há um problema, mudamos-lhe o nome, chamamos-lhe uma coisa diferente", ironizou.

O Presidente da República também não escapou às críticas. Francisco Louçã, afirmou que Cavaco Silva transformou o seu segundo mandato "numa espécie de algazarra permanente".

“Vejam como é importante a luta pela clareza, actualmente o Presidente da República comenta à segunda-feira o que publicou na sexta-feira, transformando todo o seu mandato numa espécie de algazarra permanente, interpretador de si próprio a respeito do passado", disse o coordenador do BE.

O Presidente da República aconselhou os portugueses a lerem "na íntegra" o prefácio onde acusa o antigo primeiro-ministro José Sócrates de falta de lealdade institucional para conhecerem "o verdadeiro texto e não serem contaminados por eventuais desinformações". 
 
No entendimento de Francisco Louçã, "o valor da clareza tem faltado" a Cavaco Silva "e não pode faltar". 
 
"O que nós precisamos é de responsabilidade no presente, de soluções, não de confusões, não precisamos de confusões, não precisamos de ajustes de contas, diga cada um o que pensar e respeitamos a opinião de todos, como sempre fizemos", sublinhou.