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Passos culpa Governo Sócrates por austeridade além da “troika”

29 fev, 2012 • Paula Caeiro Varela

"O nosso ponto de partida não era aquele que tinha sido comunicado pelo anterior Governo. Era muito pior”, acusa o primeiro-ministro.

Passos culpa Governo Sócrates por austeridade além da “troika”

O Governo foi obrigado a implementar medidas de austeridade além do previsto no plano da "troika" por causa da herança deixada pelo anterior Executivo de José Sócrates, afirmou o primeiro-ministro, esta terça-feira, em Setúbal.

“Na austeridade, onde fomos além da 'troika', fomo-lo por causa da derrapagem financeira e orçamental herdada do Governo anterior”, acusou Pedro Passos Coelho.

Numa acção de campanha para as eleições directas do PSD, o líder social-democrata declarou que "se precisámos de ir além [da troika] para chegar aos mesmos objectivos,  é porque o nosso ponto de partida não era aquele que tinha sido comunicado pelo anterior Governo. Era muito pior”.

Pedro Passos Coelho reafirmou que não pretende pedir mais tempo ou mais dinheiro e acredita que Portugal vai conseguir concluir com sucesso o programa de ajustamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia.

O primeiro-ministro reconhece que "há muito trabalho por fazer, apesar das reformas estruturais já efectuadas, ou que estão em curso". Referiu, entre outros exemplos, as privatizações da EDP e da REN, a nova lei da concorrência, a nova lei das falências, o novo sistema de arbitragens, a reforma do sistema judicial e as leis laborais e do arrendamento, que vão permitir uma maior mobilidade interna. 

O chefe do Governo falava a cerca de duas centenas de militantes social-democratas, numa reunião partidária da Assembleia Distrital de Setúbal do PSD.

Passos Coelho, único candidato à presidência do PSD, promete um mandato novo com o mesmo princípio, "O país primeiro", ainda que as medidas que toma enquanto primeiro-ministro possam ter custos eleitorais.