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Louçã acusa Passos de "promover" alemães na privatização da EDP

16 dez, 2011

Empresa chinesa interessada já veio dizer que espera que o Governo português seja isento no processo.

Louçã acusa Passos de "promover" alemães na privatização da EDP
O líder do Bloco de Esquerda confrontou hoje o primeiro-ministro com uma alegada visita de Passos Coelho à E.ON, empresa alemã interessada na privatização da EDP. Francisco Louçã acusou Passos Coelho de "promover a participação" desta empresa no processo de privatização da eléctrica portuguesa. 

"No contexto desta privatização, foi visitar a sede de uma das empresas que agora é concorrente e foi, muito pouco tempo antes, com o Financial Times a dizer que o senhor, a mando da senhora Merkel, lá terá ido promover a participação desta empresa no concurso da privatização", apontou o coordenador bloquista, durante o debate quinzenal que decorreu esta manhã no Parlamento.

Francisco Louçã defendeu depois que o chefe do Governo devia esclarecer, "perante o Parlamento e os portugueses, o que é que foi fazer à sede da E.ON, que é agora uma das concorrentes à privatização da EDP".

Passos Coelho respondeu, garantindo que “nunca visitou” a sede da E.ON. “É público, porque a reunião foi pública, que quando estive na visita bilateral que realizei a Berlim, ao Governo alemão, o presidente da E.ON pediu para ser recebido por mim e eu recebi-o, de resto, numa audiência pública, que conteve comunicação social, em que o presidente da E.ON me quis manifestar o interesse directo da empresa na privatização da EDP", afirmou.

O primeiro-ministro referiu depois que "a decisão que o Governo vier a tomar [sobre a EDP] será tomada em conselho de ministros, depois de receber o relatório que será feito pelos assessores financeiros que estão como ´advisers' da operação a fazer a apreciação das propostas e a negociação que deve ser realizada".

"Não há nada mais transparente do que isto", sublinhou Passos, pedindo a Francisco Louçã que não alimente "qualquer equívoco" a esse respeito.