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Vice-presidente da bancada do PS

"Governo deve impor condições mais favoráveis ao pagamento da dívida do país"

15 dez, 2011

Pedro Nuno Santos reitera que Portugal pode ameaçar os credores com o não pagamento da dívida.

"Governo deve impor condições mais favoráveis ao pagamento da dívida do país"
O vice-presidente da bancada parlamentar do PS reafirma à Renascença o que disse durante um jantar de Natal em Castelo de Paiva: “O Governo português tem obrigação de defender os interesses do seu povo” e “deve usar todas as armas ao seu dispor para impor condições mais favoráveis ao pagamento da própria dívida”.

“Eu não disse que o Governo português não deve pagar a dívida e honrar os seus compromissos. Aquilo que eu digo na minha intervenção é que o Governo português tem obrigação de defender os interesses do seu povo e que os interesses do povo que o elegeu estão em primeiro lugar. Numa situação de grande dificuldade, e se se agravar, o Governo deve usar todas as armas negociais ao seu dispor para impor condições mais favoráveis ao pagamento da própria dívida”, explica.

Mas e que armas são essas? “Só temos uma arma: a própria dívida”, responde.

“Aquilo que é verdadeiramente importante é que, quando há um processo negocial e uma situação de grande dificuldade, haja uma disputa entre países que estão em dificuldades e os países que são credores e o Governo deve defender os interesses do seu povo nesse processo negocial”, reafirma o também líder do PS-Aveiro.

"Poupar os portugueses" à austeridade
No jantar partidário de Natal em Castelo de Paiva, no sábado (dia 10), Pedro Nuno Santos, membro da comissão parlamentar de acompanhamento das medidas da “troika”, defendeu a possibilidade de Portugal não pagar a dívida externa, dizendo mesmo que Governo devia ignorar as exigências dos credores internacionais e assim poupar os portugueses à austeridade.

“Nós temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses - ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. As pernas dos banqueiros alemães até tremem”, afirmou.

Quem já reagiu às declarações foi o líder da bancada parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, que, em declarações à Renascença, procurou colocar água na fervura. Discorda da tese do não pagamento da dívida, mas reafirma a confiança no seu vice-presidente.