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PSD traz caso judicial de Sócrates para a campanha

29 ago, 2015

Apesar de em muitas situações, elementos ligados à coligação usarem a passagem de António Costa pelos governos de José Sócrates como arma de confronto político, na Universidade de Verão do PSDo caso judicial que envolve o ex-primeiro-ministro entrou, pela primeira vez, na campanha eleitoral.

PSD traz caso judicial de Sócrates para a campanha

O PSD traz o caso judicial do ex-primeiro ministro, José Sócrates, para a campanha. Aconteceu pela primeira vez na Universidade de Verão do PSD, que decorre até domingo em Castelo de Vide. E foi o eurodeputado Paulo Rangel a fazê-lo através de uma questão.

“Alguém acredita que se os socialistas estivessem no poder haveria um primeiro-ministro sob investigação? Eu não estou a dizer se é culpado ou não”, disse Paulo Rangel.

Apesar de em muitas situações a participação de António Costa nos governos liderados por José Sócrates já ter sido usada por diversos elementos da coligação governamental PSD/CDS, esta é a primeira vez que um elemento de destaque dos sociais-democratas aborda em público tão directamente a questão do caso judicial que envolve o ex-primeiro ministro.

E Paulo Rangel que falava aos participantes da Universidade de Verão, em Castelo de Vide, continuou a enumerar outros casos que no entender do eurodeputado mostram que se vive um novo momento na justiça portuguesa.

“Alguém acredita que o maior banqueiro do país estaria sobre investigação e o seu banco teria passado o que passou se tivéssemos um governo socialista. O Governo não fez nada, é obra do poder judicial”, acrescentou. Mas "não fazer nada", neste caso, foi positivo segundo o eurodeputado.

Paulo Rangel que foi um dos que mais falou da “asfixia democrática” nos governos chefiados por José Sócrates, fez agora uma análise comparativa com o comportamento do actual executivo. “Mas uma coisa é certa o ar democrático é mais respirável em Portugal. Somos um país mais decente”.

“O facto de termos respeitado essa autonomia e as consequências que isso tinha é um crédito que está a favor da nossa coligação”, sublinhou.

Rangel voltou ainda ao tema do BES para atacar novamente António Costa. Segundo o social-democrata, Costa disse: "Falam-nos de banco bom e mau, mas não falam do Banco de Fomento". "Como é que uma pessoa que quer ser primeiro ministro de Portugal pode tratar o caso do BES com esta ligeireza?", questionou Paulo Rangel.