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António Costa: "Programa da coligação é um acto de fé"

28 ago, 2015

PSD e CDS "não apresentam as contas do programa, porque não é possível fazer as contas", acusa o líder do PS.

António Costa: "Programa da coligação é um acto de fé"

O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou esta sexta-feira, em Coimbra, que o programa da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) é "um acto de fé".

O programa da coligação PSD/CDS-PP "é um acto de fé. É dizer: nós acreditamos que vamos chegar ali. Aqui, não é uma questão de fé, é política e política faz-se com medidas concretas", criticou António Costa, na apresentação do mandatário nacional da campanha às legislativas de 4 de Outubro, António Arnaut, considerado o "pai" do Serviço Nacional de Saúde.

Quando se comparam as metas propostas pelo PS e as de PSD/CDS-PP, é necessário primeiro "comparar as medidas" que ambos propõem, visto que na óptica do secretário-geral socialista a coligação Portugal à Frente tem metas, "mas medidas para alcançar as metas zero".

"Quando apresentamos as contas do nosso programa e os desafiamos a apresentarem as contas deles, eles não apresentam as contas do programa, porque não é possível fazer as contas", apontou.

Segundo António Costa, o "virar de página" para se recuperar "o enorme retrocesso" que se registou nos últimos quatro anos, "não assenta em milagres".

O programa do PS foi "estudado avaliado e tem as contas feitas", sustentou o líder socialista, que falava numa reunião no Hotel Vila Galé com os candidatos a deputados a nível nacional pelo PS e apresentação do mandatário nacional, António Arnaut, considerado o fundador do Serviço Nacional de Saúde.

Durante o discurso, António Costa voltou a frisar a necessidade de se criar emprego, defendeu a escola pública, o Serviço Nacional de Saúde, o aumento do salário mínimo nacional, o combate à precariedade e à diminuição da carga fiscal sobre as famílias.

Arnaut defende maioria "patriótica de esquerda"
Na sua intervenção, o mandatário nacional da candidatura socialista às legislativas, António Arnaut, disse que se tem de mudar a actual maioria por uma "patriótica e de esquerda", expressão normalmente atribuída ao PCP.

O "pai" do Serviço Nacional de Saúde (SNS) constatou que esta expressão "precisa de ser explicitada, porque está registada como pertencente ao Partido Comunista Português".

No entanto, a seu ver, se a próxima "maioria democrática e socialista formar Governo" e se tomar medidas "no sentido de reduzir as desigualdades e injustiças sociais", será uma maioria patriótica e de esquerda.

"Aliviar a dor a quem sofre, criar postos de trabalho para os desempregados, garantir a acessibilidade de todos ao Serviço Nacional de Saúde, reforçar a escola pública - qualquer uma dessas medidas é uma medida patriótica e de esquerda", sublinhou o mandatário nacional da candidatura do PS. .

António Arnaut, que falava numa reunião do secretário-geral do PS, António Costa, com os candidatos a deputados a nível nacional, dirigiu-se ao líder socialista para pedir que "a liberdade de escolha na saúde se chame Serviço Nacional de Saúde".

De acordo com o histórico do PS, "a liberdade na saúde é o acesso em tempo útil a um médico e ser tratado com a dignidade que merece", considerando uma cilada afirmar-se que a liberdade de escolha é entre o SNS e o privado.

"O SNS é sustentável, porque se não for sustentável, então a democracia não é sustentável", frisou António Arnaut, defendendo que todo o Estado Social "é sustentável".

[notícia actualizada às 19h03]