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António Costa

Dividir os portugueses? "Julguei que Paulo Portas estava a ver-se ao espelho"

17 ago, 2015

"Quem é que andou a dividir os portugueses sistematicamente ao longo destes últimos quatro anos? Foi a direita." A resposta do líder do PS ao discurso de Portas no Pontal.

Dividir os portugueses? "Julguei que Paulo Portas estava a ver-se ao espelho"
O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu esta segunda-feira que os discursos da coligação PSD/CDS-PP no Pontal foram "mais uma demonstração de que a direita está esgotada", e devolveu a Paulo Portas as acusações de divisão dos portugueses.

"É mais uma demonstração de que a direita está esgotada. A direita fala sobre o passado, a direita ataca, mas não diz nada sobre o futuro. E não diz nada sobre o futuro por duas razões: porque não é capaz de fazer diferente, e, em segundo lugar, porque quer dar continuidade a um programa escondido", afirmou António Costa quando questionado sobre os discursos do comício do Pontal, a "rentrée" do PSD, que este ano contou com a participação do parceiro de coligação, o CDS-PP.

Confrontado com as acusações do presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, de que os socialistas vão colocar os portugueses uns contra os outros, António Costa disse que o Governo da maioria fez precisamente isso durante os últimos quatro anos.

"Eu ouvi o doutor Paulo Portas, mas julguei que ele estava a ver-se ao espelho. Quem é que dividiu os portugueses entre aqueles que são funcionários públicos e aqueles que são funcionários do sector privado? Quem é que dividiu gerações, pondo cada um de nós a escolher entre o futuro dos nossos filhos e o presente dos nossos pais?", questionou.

"Quem é que andou a dividir os portugueses sistematicamente ao longo destes últimos quatro anos? Foi a direita. Nós precisamos de unir os portugueses, mas unir os portugueses implica virar a página, e não continuar a aprofundar estas divisões", argumentou Costa.

O "programa escondido"
António Costa referiu-se ao que designa de "programa escondido" que diz que a coligação Portugal à Frente tem para o país.

"Todos nós recordamos bem o que é que a direita fez há quatro anos, prometeu na campanha eleitoral tudo o que fez no Governo. Desta vez, aquilo que a direita faz é outra vez esconder. Quer esconder que não vai prosseguir a austeridade, com um novo corte de pensões de 600 milhões de euros. Imagine os pensionistas, que já sofreram tanto, irem agora sofrer com um novo corte de pensões", disse.

Para o secretário-geral socialista, PSD e CDS-PP querem "esconder o que significa verdadeiramente o seu projecto para a Segurança Social".

"O que nós todos sabemos é que a proposta que a direita apresenta de privatização da Segurança Social significa beneficiar muito poucos para prejuízo de todos", sustentou.

O secretário-geral do PS disse que estas propostas geram "inquietação e mais angústia no país, a somar ao desemprego, a somar à incerteza no crescimento do futuro, a somar ao receio de perder algo que tem sido fundamental na sociedade portuguesa, que é a escola pública, o Serviço Nacional de Saúde, um sistema público de pensões".

António Costa falou aos jornalistas ao lado de Maria de Belém, cuja eventual candidatura às eleições presidenciais ganha apoios, para afirmar que o PS está concentrado nas legislativas.