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Deputado do PSD diz que com Costa "o PS converte-se num Estado Islâmico"

24 jul, 2015 • Pedro Rios

Num artigo de opinião publicado no "i", Nuno Encarnação diz que líder do PS é "ditador" e "extermina todos aqueles que não lhe disserem 'sim'".

Deputado do PSD diz que com Costa "o PS converte-se num Estado Islâmico"

Começa pelo título, "PS. De Costão a Costinha, o verdadeiro exterminador implacável". Segue para os adjectivos: "ditador", homem que "extermina todos aqueles que não lhe disserem 'sim'", "líder fraco" que teme o dia da libertação de José Sócrates. Cereja no topo do bolo: "O PS converte-se num Estado Islâmico". Assim escreve Nuno Encarnação, deputado do PSD, num artigo publicado esta sexta-feira no jornal "i".

Se a pré-campanha eleitoral decorre sem grandes arroubos e crispação pelos líderes, nas páginas dos jornais o tom pode vir a ser outro. No "i", o deputado-colunista ataca o secretário-geral do PS em várias frentes, da formação de listas para as legislativas à sua relação com o passado "socrático".

Segundo Encarnação, a elaboração de listas de deputados à Assembleia da República revelou que Costa "é tudo menos tolerante, convive mal com a pluralidade de opiniões e extermina todos aqueles que não lhe disserem 'sim'".

E segue para uma metáfora extrema. "O PS converte-se num Estado Islâmico. A fé serve para seguir o líder, para nunca o questionar, para lhe prestar vassalagem, para eliminar os chamados pensamentos impuros, para aceitar morrer matando como qualquer bombista suicida."

"Quem questiona não serve, quem pestaneja não presta, quem discorda é inimigo. Pensar de outra maneira é pecar, ousar afrontar tem a exclusão garantida", escreve Nuno Encarnação.

"Costa foi socrático"
A exclusão de nomes ligados ao anterior líder socialista, António José Seguro Seguro, é um erro. Outro: a falta de corte com o passado, com as listas povoadas com "os mesmos de sempre", de Ferro Rodrigues a Vieira da Silva. Outro: uma limpeza de nomes "conotados com Sócrates", mas sem tocar nos "socráticos poderosos do partido".

"Aliás, e convém não esquecer, Costa foi socrático, foi numero dois de Sócrates no Largo do Rato e seu ministro. Habitou as mesmas águas e conviveu muito bem nelas durante muitos e bons anos", reforça.

Encarnação tem uma teoria: "Costa tem um problema crónico: a fobia ao caso Sócrates. Teme como ninguém o dia da sua libertação. Não saberá quantos mais ilustres socialistas terão tido envolvimento neste mesmo caso e resolveu instalar no Rato um lava-mãos desinfectante, fazendo um raio X da vida de cada um para que possam ser candidatos a deputados."