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Passos declara "guerra sem quartel às desigualdades"

07 jul, 2015

Primeiro-ministro, em registo de pré-campanha, faz balanço positivo de quatro anos de Governo e considera que os "desequilíbrios herdados" foram corrigidos.

Passos declara "guerra sem quartel às desigualdades"

O Governo corrigiu “desequilíbrios herdados”, mas falta agora travar uma "guerra sem quartel às desigualdades de natureza económica e social", disse esta terça-feira o primeiro-ministro.

Pedro Passos Coelho, que falava no encerramento das jornadas parlamentares do PSD e do CDS-PP, em Alcochete, fez um balanço de quatro anos de governação.

"De todos os países que enfrentaram situações de profundo desequilíbrio, Portugal era seguramente o que tinha condições mais adversas e mais negativas à sua frente", argumentou.

Essas condições eram a "elevada dívida pública, elevada dívida privada, uma economia protegida, o hábito de exigir tudo ao Estado e uma cultura democrática ainda incipiente, que não privilegiava a responsabilidade", referiu o primeiro-ministro.

Depois de fazer um balanço positivo da actuação do Governo PSD/CDS-PP, Passos Coelho considerou que continua a haver em Portugal "muitas desigualdades de rendimento que se baseiam em desigualdades de educação e de cultura".

"Apesar do que gastamos na educação e na cultura, ainda há muitas pessoas que vivem grande parte da sua vida marcadas pelo facto de terem nascido em ambientes mais vulneráveis, com menos oportunidades de acompanhamento da parte dos pais, de investimento na sua própria vida futura. Era suposto que o dinheiro dos nossos impostos pudesse pela redistribuição do orçamento garantir que a mobilidade social seria muito maior do que na verdade é em Portugal", acrescentou.

"Temos de ser, portanto, muito mais eficientes do que fomos até hoje - todos, não é apenas este Governo, é todos até hoje. Precisamos de declarar uma guerra sem quartel às desigualdades de natureza económica e social", afirmou Passos Coelho, numa declaração saudada com palmas pelos deputados do PSD e do CDS.

"Nós podemos crescer e ser profundamente desiguais. Ora, não é isso que queremos. Nós queremos esbater essas desigualdades, ou pelo menos aquelas que resultam das desigualdades à partida - já que cada um é livre de escolher a vida que quer fazer, e o Estado não tem de se meter nisso", prosseguiu o presidente do PSD.

Segundo Passos Coelho, "o Estado não tem de estar a orientar a vida das pessoas, a dizer se cada um escolhe bem ou escolhe mal, cada um escolhe como quer", mas não se pode "é deixar as pessoas sem escolha porque partiram simplesmente de desigualdade social e económica gritante face a outros".

"É isso que compete, portanto, a um Estado moderno. Esses problemas, os velhos problemas, que se têm mantido apesar de todas as grandes dificuldades por que passámos, e são esses que têm de ser resolvidos", concluiu.