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Miguel Relvas rodeado de amigos mas fora da política

02 jul, 2015

O ex-governante apresentou um livro esta quinta-feira.

O ex-ministro social-democrata Miguel Relvas recusou, na apresentação do livro "O Outro Lado da Governação", a ideia de que pretende voltar a ocupar cargos políticos, assegurando que é "um homem livre e realizado fora da política".

"Este livro não representa um regresso à política activa. Exerci as funções de ministro-adjunto do primeiro-ministro com orgulho patriótico e elevado sentido de responsabilidade, mas encerrei esse ciclo", afirmou, num hotel de Lisboa, o antigo "braço direito" de Pedro Passos Coelho.

Segundo o ex-governante, "a reforma da administração local resultou e está a funcionar", apesar de muitos terem lutado "para que tudo ficasse na mesma, até sonhando com a decadência do poder local".

Em sua opinião, após as reformas levadas a cabo na reorganização administrativa do território, extinção de empresas municipais e redução de cargos dirigentes, "o poder local saiu mais fortalecido e as pessoas melhor servidas".

São poucos, no PSD, os que podem gabar-se do feito: juntar na mesma sala um ex-primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia, o actual primeiro-ministro, a ministra das Finanças, a da Justiça, o da Presidência, vários secretários de Estado, o banqueiro José Maria Ricciardi, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, vários deputados, da sua família política, mas também do CDS, o socialista Jorge Coelho e mais algumas duas centenas de pessoas, mais ou menos destacadas na vida pública, os amigos, diz Miguel Relvas.

Feliz e realizado, um homem que não guarda rancores, garante o ex-ministro adjunto. Nem escreveu um livro para ajustar contas com o passado, mas quis deixar a marca de uma reforma que foi feita contra muitos, graças ao rumo definido por um Governo e à determinação de um primeiro-ministro.

Miguel Relvas, 53 anos, demitiu-se do Governo em Abril de 2013, por falta "de condições anímicas", na sequência de polémicas com a licenciatura obtida num ano, na Universidade Lusófona, alegadas ligações ao antigo director das "secretas" Jorge Silva Carvalho e de pressões junto de jornalistas.