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Jerónimo de Sousa deixou críticas às manobras da coligação contra a Grécia

28 jun, 2015

Secretário-geral comunista “condena o processo de ingerência e chantagem da União Europeia e do FMI contra o povo grego e as suas opções”.

O líder do PCP criticou o que apelidou de manobras da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) contra a Grécia, considerando que têm de ser os gregos a decidir o seu presente e futuro.

"Quando se anuncia a realização de um referendo na Grécia no dia 5 de Julho, o PCP reafirma a sua firme condenação das manobras da União Europeia e do FMI contra a Grécia e a exigência de que seja respeitado o direito do povo grego a decidir do seu presente e futuro, livre de quaisquer ingerências e chantagens", afirmou Jerónimo de Sousa, em Lisboa, no final de uma reunião do Comité Central partido.

Jerónimo de Sousa reforçou que o PCP "condena o processo de ingerência e chantagem da União Europeia e do FMI contra o povo grego e as suas opções, que procura impor o prosseguimento e intensificação da política ao serviço do grande capital e do directório de potência da UE, política que está na origem da catastrófica situação económica e social daquele país".

Para Jerónimo de Sousa, "este processo vem confirmar que a `União Europeia da coesão e da solidariedade` não existe".

"Nas chamadas negociações, a UE e o FMI nunca estiveram interessados em solucionar os graves problemas do povo e da economia, mas sim impor políticas de maior e brutal exploração e uma nova sangria dos recursos daquele país", afirmou.

O PCP, referiu, reafirma a sua "solidariedade para com os trabalhadores e o povo gregos, que resistem e lutam contra as imposições da União Europeia e do FMI, exigindo respeito pelas suas opções soberanas em defesa dos seus direitos e interesses".

E também "condena a inaceitável postura de alinhamento do Governo PSD/CDS e do Presidente da República no processo de pressão contra o povo grego, que é contrária aos interesses do povo e do país".

Sobre a actualidade política em Portugal, Jerónimo de Sousa voltou a criticar "a propaganda do Governo PSD/CDS" que, na sua opinião, "afronta a realidade da vida dos trabalhadores e da grande maioria do povo e conflitua com a verdadeira situação" em que o país se encontra.

E o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, também foi visado pelas críticas do líder do PCP.

"O Comité Central do PCP denuncia as manobras do Governo PSD/CDS com a cumplicidade do Presidente da República, como ficou mais uma vez patente nas comemorações do 10 de Junho, para iludir as suas responsabilidades na situação do país, as nefastas consequências da sua acção, e salienta a ampla condenação e perda da base social que a sua política tem provocado e que o conduzirá à derrota", disse.

Na reunião foram também abordadas as eleições legislativas do próximo outono, "cuja importância se reafirma pelo seu significado na luta pela ruptura com a política de direita e pela construção de uma política alternativa patriótica e de esquerda", assinalou.

Jerónimo de Sousa deixou a garantia de que o partido está "pronto para assumir todas as responsabilidades que o povo português lhe queira atribuir na concretização dessa política e no Governo do país".

[Título corrigido às 00h15]