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Passos Coelho. “Não temos pressa de apresentar programas, nem medidas, nem ideias”

23 mai, 2015

O primeiro-ministro deixa assim uma indirecta ao PS que está a votar e aprovar o seu programa eleitoral.

Passos Coelho. “Não temos pressa de apresentar programas, nem medidas, nem ideias”

O líder do PSD diz que o partido não tem pressa para apresentar um programa para as próximas legislativas e garante que com os sociais-democratas "não há aventuras para ganhar eleições".

"Nós temos, portanto, de dizer às pessoas quais são as nossas prioridades, o que é que queremos fazer, o resto, não se preocupem, as pessoas sabem com o que contam do PSD. Por isso é que nós não temos pressa de apresentar programas, nem medidas, nem ideias, porque temo-las apresentado consistentemente ao longo destes anos, e as pessoas sabem com o que é que contam da nossa parte", afirmou Pedro Passos Coelho.

O presidente do PSD, que discursava na sessão comemorativa do aniversário do partido do distrito de Leiria, sustentou que as pessoas sabem que com o partido "não há aventuras só para ganhar eleições".

"Sabem que connosco não há um sistema perfeito - ninguém é perfeito, ninguém faz tudo bem -, mas as pessoas sabem que nós identificámos os nosso problemas e não tivemos medo de atacar a causa dos problemas", declarou, adiantando que ultrapassadas as "emergências", o PSD quer "resolver alguns problemas estruturais" e "dar confiança ao país".

O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou na sexta-feira em Coimbra que os ministros, "em vez de se concentrarem tanto a criticar o programa do PS", deveriam focar-se na governação e na apresentação de um programa para o futuro do país.

"Todos os dias há uma espécie de concurso dos ministros a criticar o programa do PS. [O que era útil] em vez de se concentrarem tanto a criticar o programa do PS, era fazerem a sua primeira missão, que é governar, e apresentar um programa para o futuro do país", sublinhou António Costa.

O secretário-geral socialista frisou que os "portugueses precisam de ter uma escolha clara nestas eleições" e disse que "gostaria de poder ler um programa" do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sublinhando que o PS já apresentou um "documento estratégico", um cenário macroeconómico, e tem, em debate público, um projecto de programa eleitoral, mas "do primeiro-ministro não sabemos nada".

Em Leiria, Pedro Passos Coelho acrescentou ser necessário que "as pessoas formulem fortemente esse desejo de assumir" o que querem para o futuro, "um país de boas contas que não diz aos seus credores apenas quando troveja `ai santa barbara que estamos mal`".

"Nós não estamos à espera da próxima crise para dizer `ai, ai que temos de pôr a casa em ordem`. A casa em ordem põe-se todos os dias, é assim e é assim que temos de fazer todos", defendeu, referindo que para atrair investimento para o país é necessário "trabalhar para atrair esses investidores".

Para o líder do PSD, "não vale a pena andar a encher a boca com direitos se não conseguirmos criar as condições para os realizar", assinalando: "Prometer, prometemos todos. Isso é fácil, prometer é fácil, mas depois fazer é diferente".

"Nós temos de nos esforçar para responder aos problemas que temos, não podemos construir programas para futuro a pensar apenas no que fica bem e no que uma meia dúzia de supostos iluminados acha que é bom", salientou ainda.

O PS reúne este domingo a Comissão Nacional para debater e votar o programa que o partido vai apresentar nas eleições legislativas.