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Castanheira Barros não quer ser Presidente de todos os portugueses

21 mai, 2015

Candidato a candidato dá prioridade ao combate à fome. Garante já ter mais de mil assinaturas de apoio.

O candidato presidencial Castanheira Barros diz que, se for eleito, o combate à fome em Portugal será a sua "prioridade", considerando que, enquanto tal não acontecer, não irá receber chefes de Estado com banquetes.

"Será prioridade minha, enquanto Presidente da República, se for eleito, o combate à fome neste país. É ainda uma vergonha nacional", sublinhou o advogado Castanheira Barros, que se declarou como candidato em Julho de 2014, tendo apresentado formalmente a sua candidatura, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra.

Para Castanheira Barros, que se candidatou em 2010 à presidência do PSD, não se pode "escamotear" esta realidade, considerando que, enquanto "não houver dinheiro suficiente para se dar de comer às pessoas, não faz sentido estar a receber entidades oficiais com altos banquetes".

Castanheira Barros referiu também que não será Presidente de todos os portugueses. Não será presidente "de bandidos, de quem rouba, de quem mata, de quem viola, de quem intoxica os jovens com drogas".

Quanto a apoio de partidos políticos, Castanheira Barros afirmou que está disponível para aceitar o apoio de qualquer um e que vai pedir audiência aos presidentes ou secretários-gerais de todos os partidos, com ou sem assento parlamentar, explanando que a sua candidatura "não é muito forte", no que toca à sua carga ideológica.

"O que é esquerda e direita? Não sei. O meu discurso pautar-se-á pela abordagem de questões concretas e não destas abstracções", apontou.

O advogado assumiu, no entanto, que se revê, "em alguns aspectos", no Bloco de Esquerda, mas considerou também que "seria um bom candidato do PSD".

Caso seja eleito, quer "restituir o poder ao povo" e fazer "cumprir a Constituição", salientando que estará "sempre ao lado dos portugueses e portuguesas", podendo até "estar contra o próprio Estado", para defender os interesses dos cidadãos.

"Sou a favor da contenção pública, mas contra a austeridade imposta", disse ainda, asseverando que o Presidente da República deve "bater o pé" e ajudar o Governo "a bater o pé" aos credores internacionais.

Segundo o candidato presidencial, o discurso "humanista", caso vença, vai prevalecer face ao discurso economicista: "ouvir-me-ão falar pouco de números".

Também não falará de uma "cooperação estratégica", frisando que o Presidente da República "não tem obrigação de cooperar estrategicamente" com o Governo, considerando que, caso o faça, fica limitado no seu direito de veto.

De acordo com o advogado, foram reunidas, até ao momento, "1000 a 1200 assinaturas" para a sua candidatura presidencial.