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Juntos. PSD e CDS querem "maioria de Governo estável"

25 abr, 2015 • Carlos Calaveiras com Susana Madureira Martins

Acordo assinado por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas para as próximas legislativas. Prometem também a abertura a independentes.

Juntos. PSD e CDS querem "maioria de Governo estável"
Os presidentes do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS, Paulo Portas, assinaram um compromisso para uma coligação entre os dois partidos nas próximas legislativas. Os portugueses têm de escolher “se querem seguir em frente ou se preferem olhar para trás”, disse Passos Coelho. “Estamos a caminhar bem, mas ser cauteloso nunca fez mal”, explicou.

Os presidentes do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS, Paulo Portas, assinaram um compromisso para uma coligação entre os dois partidos nas próximas legislativas, que vai agora ser levado aos respectivos órgãos partidários.

O primeiro líder a falar foi o líder do CDS. Paulo Portas garantiu que o projecto de coligação contém "projecto de futuro". "Quando o mais difícil já passou é mais seguro entregar o Governo a partidos que estão mais próximos da economia real ou devolver o país a quem chamou a troika".

"Hoje anunciamos um facto que é em si mesmo uma forte manifestação de vontade política: defenderemos nos órgãos dos nossos partidos que o interesse de Portugal é a razão - e essa razão chega - para realizar uma aliança que une as nossas forças, alarga o nosso espaço abrindo a sectores independentes e inovadores", referiu.

A coligação, acrescenta Portas, tem definidas as "prioridades para o futuro". Entre elas a "recuperação do poder de compra e a eliminação da sobretaxa", entre outras medidas. O "plano é viável", acrescenta.

Paulo Portas diz ainda os dois partidos (PSD e CDS) têm história nas políticas sociais. A ideia é trabalhar "pela coesão entre gerações" e "diminuir o desemprego jovem".

Esta será uma "maioria de Governo estável", apesar de serem "partidos diferentes", mas "com cultura de compromisso e capacidade de entendimento".

Virando-se para Pedro Passos Coelho, Paulo Portas disse: "Podemos vencer" porque têm a "mais credível das opções de Governo para Portugal".

Já Passos Coelho referiu que "nunca se fez uma coligação que trouxesse tanta estabilidade". Esta aliança forte de projecto "está a recuperar o país" e seria uma "contradição se não estivesse disponível para se renovar".

"Esta aliança conseguiu sempre fazer o que era preciso fazer" mas, apesar disso, "muito tem ainda que ser feito".

Os portugueses têm de escolher “se querem seguir em frente ou se preferem olhar para trás”. “Estamos a caminhar bem, mas ser cauteloso nunca fez mal”. “Nestes próximos anos teremos boas oportunidades para agarrar (fundos comunitários, taxas de juro, plano Juncker, preço mais baixo do petróleo)”.

"Neste dia carregado de simbolismo, em que celebramos a liberdade, e numa altura em que, graças aos portugueses, podemos encarar o futuro com mais sonho, com mais esperança e de uma forma mais livre, sabemos que só nos libertaremos das más notícias do passado se escolhermos a via da responsabilidade", declarou Pedro Passos Coelho.

"Temos a obrigação de deixar Portugal livre de perigo", acrescentou Passos Coelho.

O que está escrito no acordo
Uma aliança que visa garantir que o país terá nos próximos quatro anos um Governo estável e maioritário é o primeiro ponto do compromisso assinado entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas.

Lê-se no documento que PSD e CDS devem fazer tudo o que estiver ao alcance para vencer as próximas eleições.

Sublinha-se que os dois partidos têm identidades diferentes, mas têm cultura de compromisso, capacidade de entendimento e que essa mais valia não existe noutros sectores políticos.

O acordo prevê a constituição de listas conjuntas, baseadas na representação que os dois partidos obtiveram nas últimas legislativas e que terão espaço para independentes. Depois dessas eleições, Passos e Portas comprometem-se a dialogar para apoiar em conjunto um candidato presidencial, tendo em atenção que as presidenciais implicam decisões de vontade individual que não se esgotam nem dependem só da esfera partidária.

Ambos prometem também fazer uma campanha pela positiva que dignifique a democracia e que seja sóbria nos recursos utilizados e fica outra promessa: governar para todos com moderação, isenção e tolerância.

[Actualizado às 21h48]