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A "troika" ainda existe, diz Costa: é Passos, Portas e Cavaco

23 abr, 2015

PS rejeita as críticas do Governo às propostas socialistas. Executivo "já nada tem a propor de novo e já nem sequer se defende".

A "troika" ainda existe, diz Costa: é Passos, Portas e Cavaco

O secretário-geral do PS rejeitou esta quinta-feira as críticas do Governo sobre eventuais consequências ruinosas se o cenário macroeconómico socialista for aplicado, contrapondo que a “troika” em Portugal é Cavaco Silva, Passos Coelho e Paulo Portas.

António Costa falava no final da reunião da bancada socialista, na Assembleia da República, depois de confrontado com a advertência do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, de que a aplicação do cenário macroeconómico do PS poderá fazer regressar a “troika” (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) a Portugal.

"O caminho de continuar com a troika é continuar com este Governo. Não sei se se lembram, o doutor Paulo Portas até teve um contador de tempo até a troika sair, mas ainda ninguém deu pela saída da troika. A troika agora chama-se Portas, Passos Coelho e Cavaco Silva", declarou o líder socialista.

De acordo com António Costa, para Portugal se libertar em definitivo da troika, é preciso "mudar de Governo e romper-se com a austeridade".

"O PS propõe romper com a austeridade sem romper com o euro. Há alternativas no quadro desta Europa", disse.

Ainda sobre as críticas que membros do executivo fizeram na quarta-feira ao PS a propósito do seu cenário macroeconómico, António Costa considerou que o Governo e a maioria PSD/CDS "já desistiram de defender as suas propostas".

"De facto, Governo e maioria PSD/CDS têm pouco para defender, já que aprovaram o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas que só dizem três coisas: um novo corte nas pensões já formadas (e desta vez um corte definitivo); manutenção da sobretaxa de IRS até ao final da próxima legislatura; e manter até ao final da próxima legislatura o corte nos salários dos trabalhadores do sector público", disse.

Para o secretário-geral do PS, o actual Governo "já nada tem a propor de novo e já nem sequer se defende".

"Portanto, o Governo já começou a transitar para a oposição, centrando o debate não nas suas propostas, mas no ataque às propostas do PS", declarou.