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Morais Sarmento

Passos e Cavaco vão criar "caos" com actual calendário eleitoral

31 mar, 2015

Antigo ministro do PSD diz que não existe "vaga de fundo" no país a favor de António Costa e admite que os novos movimentos vão conseguir 10% dos votos nas legislativas. O socialista Fernando Medina não vê hipóteses de grande "fragmentação" eleitoral.

Passos e Cavaco vão criar "caos" com actual calendário eleitoral
O antigo ministro do PSD diz que não existe "vaga de fundo" no país a favor de António Costa e admite que os novos movimentos vão conseguir 10% dos votos nas legislativas. O socialista Fernando Medina não vê chances de grande "fragmentação" eleitoral.

O Presidente da República e o primeiro-ministro vão transformar Portugal num "caos" político ao manterem o actual calendário eleitoral, avisa o social-democrata Nuno Morais Sarmento.
 
É um "caos pré-aceite e pré-determinado, apenas por razões e manias institucionais, que é comum a Cavaco Silva e a Passos Coelho", diz Sarmento no programa Falar Claro da Renascença. "Leva-se até ao fim porque é assim, são as regras", acrescenta. "Vai ser o caos [com] a incapacidade de o Presidente afirmar o que tem dito."

Morais Sarmento já tinha defendido a antecipação das eleições legislativas, que estão previstas para Outubro, devido à limitação dos poderes do Presidente da República na contagem decrescente para as presidenciais de Janeiro de 2016.

O comentador social-democrata mostra-se admirado com a estratégia socialista. "O que me espanta é porque é que o PS já começou no tiro ao alvo ao Presidente" da República, diz.
 
O socialista Fernando Medina, convidado especial do "Falar Claro" desta segunda-feira, considera que Cavaco Silva não está a fazer um final de mandato "adequado" ao sair em defesa do Governo de coligação PSD/CDS, "ao contrário de outros períodos do seu mandato".

Em relação às eleições legislativas deste ano, o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, acredita que o voto dos portugueses vai concentrar-se no PS, PSD e CDS e descarta uma grande dispersão por outros partidos, devido "à natureza do momento" que Portugal atravessa e à "consciência que existe relativamente à situação do país".

Na leitura de Nuno Morais Sarmento, cerca de 10% dos votos das próximas legislativas vão para movimentos fora dos partidos tradicionais.

Madeira arrasa socialistas
O comentador social-democrata faz "apenas" uma leitura a nível nacional do resultado das eleições regionais da Madeira, em que o PSD renovou a maioria absoluta e o PS não foi além do terceiro lugar.
 
"Se já estivéssemos a sentir no país alguma vaga de fundo de mudança e de identificação dessa mudança, com o PS e António Costa, isso tinha tido alguns reflexos na Madeira. E isto é a demonstração que, até agora, no conjunto nacional, para lá das eleições regionais, não há vaga de fundo nenhuma", argumenta. 

Fernando Medina rejeita leituras nacionais e admite que o PS-Madeira "não teve o engenho" e "não conseguiu corporizar em si a alternativa" aos sociais-democratas e Alberto João Jardim e "muito menos" ao sucessor Miguel Albuquerque.

Sobre o novo presidente do governo regional da Madeira, Morais Sarmento admite que "politicamente vai haver diferenças", mas "o estilo pessoal não vai ser tão diferente assim" de Jardim.