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Costa volta ao caso das dívidas de Passos acusando Governo de ser “indulgente”

13 mar, 2015

Líder socialista defende que o partido está unido para as eleições legislativas.

Costa volta ao caso das dívidas de Passos acusando Governo de ser “indulgente”

O secretário-geral do PS acusa o Governo de ser "indulgente" com os erros próprios e implacável em situações de penhora de casas de família a cidadãos com dívidas ao Estado, designadamente pagamentos à Segurança Social.

António Costa fez estas acusações ao Executivo PSD/CDS, trazendo de novo à baila a questão das dívidas à Segurança Social, num jantar da bancada socialista em Matosinhos, no final do primeiro dos dois dias das Jornadas Parlamentares do PS.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PS insurgiu-se contra as medidas do Executivo que retiraram o acesso a muitas famílias ao rendimento social de inserção.

"Muitas famílias perderam o rendimento social de inserção (RSI), não porque a sua vida tivesse melhorado, mas porque este Governo lhes tirou o RSI ao alterar as suas regras, atirando-as para a pobreza", sustentou o líder socialista, antes de falar do caso da habitação em Portugal.

De acordo com António Costa, "muitas famílias estão a perder as suas casas por via do desemprego, por via de separações familiares ou por quebra de rendimento, deixando de ter condições para suportar as prestações à banca, ou pior, porque não têm condições de pagar à Segurança Social e estão a ser penhoradas".

"O PS propôs na Assembleia da República que as casas de morada de família não fossem penhoradas, que tivessem um tratamento diferenciado, sendo suspensas as penhoras por dívida ao Estado. Mas esta maioria PSD/CDS, que é tão indulgente com os erros próprios, é, pelo contrário, implacável com o direito à habitação das famílias. Esta maioria PSD/CDS não hesita que até a casa de morada das famílias deve ser retirada, porque a cegueira e a insensibilidade social é total e absoluta neste Governo", disse.

António Costa chama todos os socialistas à luta
O líder socialista juntou no mesmo espaço os líderes das duas facções socialistas de Matosinhos que se defrontaram nas últimas autárquicas, aproveitando então para defender que o seu partido está unido para as eleições legislativas.

António Costa juntou o líder da concelhia local, António Parada, e o presidente da Câmara (agora independente), Guilherme Pinto.

"Passados dois anos" do confronto autárquico entre duas listas socialistas, "hoje, aqui, na mesma sala, estamos todos juntos. Esta batalha vai ser travada com toda a família socialista aqui em Matosinhos e em todo o país", disse, numa alusão às próximas eleições legislativas, recebendo uma prolongada salva de palmas. Na sua intervenção, António Costa evocou a primeira vitória eleitoral do PS "nas primeiras eleições livres" para a Assembleia Constituinte em 1975.

O secretário-geral do PS disse depois que o próximo aniversário do seu partido, a 19 de Abril, terá lugar no Porto e evocará "a primeira de todas as vitórias" dos socialistas portugueses.

"Nessas eleições, o PS venceu perante as tendências totalitárias e resistindo às derivas radicais. Mais uma vez, 40 anos depois, apesar de não estar em causa a liberdade e a democracia, temos de travar as derivas radicais de sinal contrário", disse, numa referência crítica ao Governo.