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Socialistas e comunistas criticam respostas de Passos

06 mar, 2015

Caso das dívidas do primeiro-ministro continua a deixar dúvidas aos partidos da oposição.

O PS considera que o conjunto de respostas dadas pelo primeiro-ministro sobre o pagamento das suas dívidas à Segurança Social revela um "comportamento incompreensível e inaceitável" que deverá ser penalizado pelos portugueses nas eleições.

A posição dos socialistas foi transmitida pelo vice-presidente da bancada socialista Vieira da Silva, depois de o primeiro-ministro ter respondido por escrito aos requerimentos do PS e do PCP sobre a sua actuação perante a Segurança Social no período entre 1999 e 2004.

"O conjunto de respostas revela um comportamento incompreensível e inaceitável por parte do primeiro-ministro", declarou Vieira da Silva, mostrando a convicção de que "serão os portugueses a demitir" Pedro Passos Coelho nas próximas eleições legislativas.

Também o PCP considera que as respostas dadas pelo primeiro-ministro "adensam as suspeições" e requerem uma avaliação do Presidente da República sobre a ausência de regular funcionamento das instituições.

Esta posição foi transmitida pelo presidente do grupo parlamentar do PCP, João Oliveira, após Passos Coelho ter respondido ao seu requerimento com nove perguntas sobre a actuação de Pedro Passos Coelho perante a Segurança Social no período entre 1999 e 2004.

"As respostas do primeiro-ministro não esclarecem cabalmente a situação e, pelo contrário, adensam um clima de dúvida e de suspeição relativamente à existência de dois pesos e duas medidas no cumprimento das obrigações perante a Segurança Social. Estamos perante um problema político que atinge o regular funcionamento das instituições e exige do Presidente da República uma avaliação sobre as reais condições para este Governo continuar em funções", sustentou João Oliveira.

De acordo com o líder parlamentar do PCP, nas suas respostas ao requerimento apresentado pela sua bancada, Pedro Passos Coelho "não esclarece quais foram as entidades que lhe pagaram as remunerações que originaram as dívidas e não esclarece o período a que se reporta a dívida prescrita que pagou".

"Ficamos sem saber se o primeiro-ministro pagou toda a dívida que tinha perante a Segurança Social ou se apenas pagou uma parte dessa dívida, o que mantém e até adensa o problema político central deste caso", referiu João Oliveira.