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Passos pagou IRS com atraso por "distracção" e "falta de dinheiro"

06 mar, 2015

Primeiro-ministro diz que não tem memória dos processos porque nunca viu interesse em conservar "os papéis anos a fio de situações que ficaram regularizadas".

Passos pagou IRS com atraso por "distracção" e "falta de dinheiro"
O primeiro-ministro avançou com novas explicações para os seus incumprimentos fiscais entre 2003 e 2007, período em que, segundo o "Expresso", foi alvo de cinco processos de execução fiscal num total de 5.918,72 euros.

"Houve anos em que entreguei declarações e pagamentos fora de prazo com coima e juros, umas vezes por distracção, outras por falta de dinheiro", admite Pedro Passos Coelho em declarações ao jornal "Sol".

Ao semanário, o primeiro-ministro volta a admitir falhas, mas assegura que nunca obteve "qualquer tratamento de excepção". E garante que nunca deixou "de saldar as contas, não recorrendo a contestação nem a manobras dilatórias".

Porém, nestas declarações não avança mais pormenores sobre o seu histórico fiscal em causa. Passos alega que não dispõe de todos os elementos para o fazer, pois nunca viu "interesse em conservar papéis anos a fio de situações que ficaram regularizadas".

Já o "Correio da Manhã" dá conta que o actual primeiro-ministro demorou 13 meses para saldar uma dívida fiscal de 2.464,30 euros, na sequência de um processo de execução fiscal instaurado a 4 de Julho de 2004 e só findo a 5 de Agosto de 2005.

Esta é a terceira vez que Passos Coelho se justifica face às notícias dos últimos dias.

"Não tinha consciência da obrigação para pagar essa dívida desse período", justificou, na segunda-feira, Pedro Passos Coelho, à margem da visita ao Salão Internacional da Alimentação e Bebidas. Garantiu que nunca teve "intenção de não cumprir" e que pensava que as contribuições entre os anos de 1999 e 2004 eram "opção".

"Ninguém espere que eu seja um cidadão perfeito", afirmou, no dia seguinte, durante as jornadas parlamentares do PSD. Nesse discurso, atribuiu as notícias sobre a sua dívida ao "desespero" daqueles que pensavam que as legislativas podiam "ser um passeio".