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António Costa afirma que país "não espera nem precisa" de um Bloco Central

28 fev, 2015

“Hoje as coisas ficam muito mais claras: ou nós ou eles”, diz António Costa, em relação ao facto de Pedro Passos Coelho ter aberto a porta à renovação da coligação com o CDS.

António Costa afirma que país "não espera nem precisa" de um Bloco Central
O secretário-geral do PS disse este sábado, em Santarém, que o país “não está à espera nem precisa de um Bloco Central” e que o Partido Socialista constitui uma alternativa às políticas do actual Governo.

António Costa comentava a entrevista do primeiro-ministro publicada este sábado no semanário “Expresso” e na qual Pedro Passos Coelho admite nova coligação com o CDS-PP, sem descartar a ideia de um bloco central.

À chegada ao Encontro Nacional de Autarcas Socialistas que decorre ao longo de todo o dia no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, o líder do PS afirmou que: “O país não está à espera nem precisa de um bloco central. O país precisa de uma mudança e essa mudança é a alternativa a construir pelo PS”, afirmou António Costa, frisando que o encontro deste sábado se insere no “primeiro capítulo” da agenda do partido para a década, “centrado na valorização do território”.

Costa sublinhou o facto de, “finalmente”, o primeiro-ministro ter “clarificado” que “sente a necessidade de fazer uma coligação com CDS para tentar enfrentar o PS”.

“Hoje as coisas ficam muito mais claras: ou nós ou eles, é esta a opção. Isso corresponde àquilo que o país sente que é necessário e que o PS afirmou claramente no seu congresso”, afirmou.

O líder socialista afirmou que a entrevista de Passos Coelho é um “péssimo sinal de resignação perante os graves problemas de pobreza e desemprego” que o país vive.

“O primeiro-ministro não tem uma proposta a apresentar, uma ideia a sugerir, uma medida a adoptar”, declarou, invocando a “chamada de atenção” feita esta semana pela Comissão Europeia para o "efeito devastador" das políticas do actual Governo “na pobreza e na injustiça”.

Para António Costa, a entrevista de Passos Coelho revela “não só resignação perante a pobreza, o desemprego e os problemas do país”, mas também a vontade de “simplesmente fazer mais do mesmo”.

Aquilo de que o país precisa é de mudança, fazer mais, fazer melhor”, lançando o país numa “trajectória de crescimento sustentado, sustentável, criador de emprego” e que permita “vencer a estagnação”, afirmou.

O líder socialista assegura que o seu partido tem “uma agenda para próxima década que tem medidas muito concretas”, referindo a apresentação da estratégia nacional de combate à pobreza infantil e juvenil, de políticas activas de emprego para os jovens mais qualificados, de dinamização de sectores com capacidade para absorver mão-de-obra intensiva.

O Encontro Nacional de Autarcas Socialistas decorre sob o lema “Valorizar o Território, Descentralizar e Aproximar”.