28 fev, 2015 • José Pedro Frazão
O primeiro-ministro e líder do PSD assegura que vai “bater-se por uma maioria absoluta” mas não fecha a porta a um Bloco Central com o PS de António Costa. Confrontado pelo semanário "Expresso" com esse cenário pós-eleitoral, Pedro Passos Coelho “não fecha porta nenhuma”, se não conseguir por si essa maioria no Parlamento.
Ao mesmo tempo, Passos Coelho diz que “vai procurar que a experiência destes quatro anos em conjunto com o CDS possa prosseguir”. A “fórmula politica” desse entendimento com o CDS vai ser esclarecida “dentro de pouco tempo”, assegura na entrevista que o "Expresso" publica este sábado.
O líder do PSD promete empenhar-se para que o PSD se apresente ao eleitorado como uma “fonte de estabilidade governativa”.
Colagem de Costa a Sócrates
Pedro Passos Coelho diz que “não há razão nenhuma” para pensar que votar no PS não seja regressar às políticas que levaram a um desastre financeiro. Olhando já para as eleições, o presidente do PSD diz que não é possível prometer “uma receita radicalmente diferente” e assinala que na direcção do PS estão “pessoas que determinaram as escolhas do passado”.
Passos Coelho lembra mesmo que Costa foi "número 2" de José Sócrates. O líder do PSD diz que se há um projecto novo do PS, ele “está escondido”.
Sobre uma coligação PSD/CDS nas eleições, Passos diz que essa não é a prioridade porque “este é o tempo de governar”.
Questionado pelo "Expresso" sobre a falta de confiança na coligação, o presidente social-democrata diz que “se houvesse a possibilidade de não ter um entendimento então talvez devêssemos dedicar mais tempo a discutir já o assunto”.
Passos diz que a tensão de 2013 foi superada e usa um verbo curioso para justificar a renovação do mandato: “apetece-me governar mais quatro anos porque há muita coisa que precisa de ser feita”. Há reformas por completar, refere Passos Coelho, que, para isso, diz precisar de mais um mandato.
Anti-catavento em Belém
O líder social-democrata mantém-se fiel à moção defendida no último congresso do partido sobre o perfil do candidato presidencial que prefere. “A única resposta está na minha moção”, responde por duas vezes aos jornalistas do "Expresso".
Passos escreveu na altura que o Presidente não deve ser, entre outras coisas, “um catavento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político". Na altura, Marcelo Rebelo de Sousa entendeu a moção como uma exclusão do seu nome do lote das preferências do líder do seu partido.