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Os seis que querem o lugar de Alberto João Jardim

18 dez, 2014 • Eunice Lourenço

Esta sexta-feira decorre a primeira volta das eleições directas para a liderança do PSD-Madeira. Conheça os candidatos.

Os seis que querem o lugar de Alberto João Jardim

É o início do fim de uma longa e turbulenta liderança de Alberto João Jardim. Do PSD regional e da Madeira. Esta sexta-feira decorre a primeira volta das eleições directas para a liderança do PSD-Madeira.

Primeira volta porque são seis - seis - os candidatos à sucessão de um homem que gera amores e ódios, mas não deixa ninguém indiferente. E que, mesmo entre os seus apoiantes, foi dividindo para reinar. Por isso, nesta corrida estão frente a frente antigos amigos e colegas de Governo.

Todos eles já estiveram com Jardim em vários momentos do partido e do governo regionais, mas três deles entraram em ruptura com o histórico líder, a que agora querem suceder.

O ainda presidente do PSD-Madeira não tomou posição para esta primeira volta, mas já ameaçou participar na campanha para a segunda volta. Sobretudo, se estiver em causa a vitória de um candidato que não lhe agrade.

Nestas eleições directas podem votar cerca de sete mil militantes. A segunda volta, entre os dois candidatos mais votados na primeira, está marcada para 29 de Dezembro e o congresso para 10 de Janeiro. Dois dias depois - a cumprir-se o que prometeu - Jardim deixará todos os cargos, pondo fim a 40 anos de liderança do PSD-Madeira e a 36 anos de governação.


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Miguel Albuquerque
Já foi um delfim de Jardim, mas tornou-se seu adversário e até o desafiou nas eleições directas de 2012. Perdeu, como era previsível, mas teve um bom resultado e marcou posição e preparou o caminho para quando tocasse mesmo a hora da sucessão.

Advogado especializado em Direito Criminal e Direito de Família, Miguel Albuquerque foi presidente da Câmara do Funchal entre 1994 e 2013. Antes já tinha sido deputado na Assembleia Legislativa Regional e ocupou vários cargos dirigentes no PSD-Madeira.

Com 53 anos, é também conhecido pela sua paixão pelo cultivo de rosas. Publicou até um livro sobre “Roseiras Antigas de Jardim” e faz parte da Royal National Rose Society.


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João Cunha e Silva
É outro dos delfins de Jardim que, durante anos, foi promovendo a competição entre Miguel Albuquerque e João Cunha e Silva, favorecendo ora um, ora outro.

Foram mantendo carreiras quase paralelas, com passagens por cargos dirigentes no partido e na Assembleia Legislativa Regional (ALR).

Cunha e Silva foi vice-presidente do grupo parlamentar e da ALR e, desde 2000, é vice-presidente do Governo Regional. Jardim já chegou a chamar-lhe “mentor da Madeira contemporânea”.

Como 55 anos, João Cunha e Silva apresenta-se na sua biografia - que é a mesmo nos "sites" de candidatura e do Governo Regional - como advogado de profissão, lembrando que também já foi dirigente desportivo e colaborador de vários órgãos de comunicação social.



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Jaime Ramos
Foi o último a apresentar candidatura e tem uma proposta diferente dos outros cinco: só quer ser líder do PSD-Madeira e presidente da Fundação Social-Democrata da Madeira e indicará outro militante para ser candidato a presidente do Governo Regional. Ou seja, Jaime Ramos quer continuar a manter o que faz há anos: controlar o partido do qual é secretário-geral.

Com 67 anos e o antigo 9º ano do liceu, Ramos é o verdadeiro “número dois” de Jardim. É o histórico líder parlamentar na Assembleia Legislativa Regional, onde ao longo dos anos protagonizou truculentos embates com os adversários políticos.

Por ele têm também passado ao longo dos anos grandes obras na região autónoma, em especial no Funchal. No "site" da Assembleia Legislativa Regional, onde está desde 1980, tem como profissão “empresário”. Tem negócios em vários ramos, em especial na construção e no imobiliário e presidente da Associação de Construção Civil - Assicom.



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Miguel de Sousa
O actual vice-presidente da Assembleia Legislativa Regional tem um feito desportivo que faz questão de pôr no currículo: venceu o Rally da Madeira em 1975 como co-piloto. Mas é presidente da Assembleia Geral do Nacional e também faz questão de lembrar o seu empenho associativo na Associação de Karting da Madeira e na Associação Madeirense de Bilhar.

Com 61 anos, Miguel de Sousa já desempenhou vários cargos no Governo Regional chegando mesmo a ser vice-presidente de Jardim entre 1988 e 1992. Antes tinha sido secretário regional do Comércio e dos Transportes e do Plano.

Licenciado em Finanças, Miguel Sousa inclui no seu currículo a criação do Centro Internacional de Negócios da Madeira (Zona Franca) e é actualmente presidente da Assembleia Geral do Banif.

Considera que Jardim foi um herói até 2000, mas que depois, devido à “má qualidade da sua equipa de Governo, foi um desastre”. E culpa Jaime Ramos pela perda de “prestigio e respeito2 do PSD-Madeira junto da população.



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Sérgio Marques
Foi deputado regional durante 15 anos (1984-1999) e  eurodeputado durante dez anos (1999-2009), até que entrou em divergência com Jardim e saiu de quaisquer listas, retomando o seu lugar técnico superior (consultor jurídico) na Secretária Regional do Equipamento Social. Agora propõe aos militantes do PSD regional um “Pacto de Confiança” orientando para o crescimento económico e para a coesão social.

Com 57 anos, Sérgio Marques, é licenciado em directo pela Universidade de Lisboa e tem uma pós-graduação em Estudos europeus pela Universidade de Coimbra. No início dos anos 80, entrou para a Secretaria Regional do Equipamento Social, onde esteve até ser eleito deputado regional em 1984. Entre 1989 e 1990 foi director regional de Planeamento.



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Manuel António Correia
É o actual secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais. Com 49 anos, Manuel António Correia acabou o curso de Direito em 1989 e logo em Novembro desse ano entrou para a Direcção Regional da Administração Pública.

Nos anos seguintes, desempenhou vários cargos no Instituto de Habitação da Madeira até que, em Novembro de 2000, foi nomeado para o seu actual cargo, no qual João Jardim o foi confirmando em 2004 e 2007.