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Costa disse a Passos que defende "projecto comum" pós-eleitoral

11 dez, 2014

Novo líder do PS foi recebido pelo primeiro-ministro.

Costa disse a Passos que defende "projecto comum" pós-eleitoral
O secretário-geral do PS defendeu esta quinta-feira, numa audiência com o primeiro-ministro, um compromisso para que o país tenha um projecto comum, mas acrescentou que a construção desse projecto deve fazer-se após o julgamento dos portugueses em eleições.

O secretário-geral do PS defendeu esta quinta-feira, numa audiência com o primeiro-ministro, um compromisso para que o país tenha um projecto comum, mas acrescentou que a construção desse projecto deve fazer-se após o julgamento dos portugueses em eleições.

António Costa falava aos jornalistas no final da sua primeira reunião enquanto líder socialista com Pedro Passos Coelho, em São Bento, encontro que caracterizou como "cordial" e que durou cerca de uma hora e 45 minutos.

No final do encontro, o secretário-geral do PS voltou a defender a necessidade de compromissos políticos para que o país "tenha um projecto estratégico comum", mas situou a procura desse objectivo após as próximas eleições legislativas, salientando: "Os portugueses saberão julgar qual o melhor caminho e é sobre julgamento dos portugueses que se tem de construir uma estratégia comum".

"Como diz o povo, há vários caminhos para chegar a Roma e é natural que as diferentes forças políticas proponham diferentes caminhos para alcançar cada um dos objectivos, mas era desejável que o país pudesse ter objectivos comuns - e essa é uma diferença que neste momento existe e que é um fosso entre a alternativa proposta pelo PS e aquilo que tem sido a política deste Governo", declarou António Costa.

O que separa o PS do Governo
Ladeado pelo líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, e pela dirigente socialista Maria da Luz Rosinha, António Costa procurou neste contexto apontar as diferenças de fundo básicas entre socialistas e a maioria governamental PSD/CDS.

António Costa considera que o Governo tem a ideia de que o futuro de desenvolvimento assenta primeiro "numa estratégia de empobrecimento, com a diminuição de direitos e desmantelamento do Estado social".

"O PS tem a convicção de que é preciso relançar o desenvolvimento com base numa estratégia de aposta na qualificação, na educação, na inovação, na investigação científica, na modernização das empresas, no reforço da coesão e na cultura", disse o líder do PS.

Questionado se os socialistas rejeitam a curto prazo entendimentos com a maioria PSD/CDS, Costa alegou que os acordos "existem em torno de temas concretos", mas admitiu que há questões em que é “impossível, tal a divergência face ao ponto de partida”.

Na sequência da reunião com o primeiro-ministro, o secretário-geral do PS deixou também apelos à existência de condições de diálogo no país, contra a crispação na vida política.

"Há algo de perverso que tem acontecido nos últimos anos na vida política portuguesa que é o desenvolvimento de uma grande crispação e de uma incomunicabilidade entre os diferentes agentes políticos", lamentou.

De acordo com o líder socialista, é muito importante para o país que os políticos "se respeitem, se considerem e que tenham aquilo que é normal terem, que é afirmarem-se pelas suas diferenças e pelas alternativas que têm a propor".

No caso do PS, de acordo com António Costa, a relação com as outras forças partidárias será marcada não por critérios de ordem pessoal, mas "pelas políticas".

No entanto, o líder socialista defendeu em seguida que o país "deve voltar a ter um sentido comum, um projecto que seja partilhado colectivamente, tal como teve muitos anos". "É preciso um grande entendimento estratégico", acrescentou.

[notícia actualizada às 18h13]