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Ajuda portuguesa a caminho de Cabo Verde

26 nov, 2014

A erupção vulcânica na ilha do Fogo é imprevisível e a Protecção Civil cabo-verdiana "prepara-se para o pior".

Ajuda portuguesa a caminho de Cabo Verde
A erupção vulcânica na ilha do Fogo, em Cabo Verde voltou a ganhar força na noite de terça-feira, obrigando as autoridades a pedir ajuda internacional de emergência. Portugal vai enviar para Cabo Verde meios de comunicação por satélite e uma fragata com apoio aéreo.

"Serão, de imediato, enviados meios de comunicação por satélite, assim como o necessário apoio técnico à sua utilização. No quadro da ajuda solicitada, foi, ainda, disponibilizada a fragata Álvares Cabral, da Classe Vasco da Gama, com o necessário apoio aéreo para missões de apoio e de evacuação médica e humanitária, que partirá nas próximas 48 horas", refere uma nota divulgada pelo gabinete de Pedro Passos Coelho.

"Já tivemos algum feedback da ajuda internacional, que deve chegar nos próximos dias a Cabo Verde", confirma à Renascença o presidente da Protecção Civil de Cabo Verde, acrescentando que esta quarta-feira a situação acalmou, o que permitiu enviar mais técnicos e material de emergência para o local.

"As operações estão a decorrer com normalidade. Ontem a lava estava a avançar a uma velocidade média de 15 metros a cada hora e hoje temos um abrandamento bastante considerável, cerca de três vezes menos", disse Arlindo Lima.

Preparados para o pior
A imprevisibilidade do vulcão tem sido uma constante, registando-se períodos de várias horas de acalmia depois de cada pico de explosões. Também na manhã de terça-feira o vulcão acalmou e a população voltou às suas casas para tirar os pertences, mas a meio da tarde toda a esperança de que a calma teria vindo para ficar, morreu.

"Há muitas pessoas deslocadas, não sabemos quendo é que a situação vai ficar normalizada. Prevemos que seja daqui a dois ou três meses mas pode ser mais, temos de estra preparados para o pior", lamenta.

A lava provocou danos materiais elevados e na zona de Chã das Caldeiras, que constitui o planalto onde se situam as bocas da erupção, não há luz eléctrica e as pessoas estão dispersas pelas casas com geradores ou painéis solares.

Sem haver qualquer registo de vítimas, a lava já destruiu totalmente quatro residências perto de Portela e parcialmente a sede administrativa do Parque Natural do Fogo e a principal estrada de Chã das Caldeiras, impossibilitando o acesso rodoviário às localidades situadas no sopé do vulcão.