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Maioria dá "luz verde" a sobretaxa de IRS e descida do IRC

24 nov, 2014

Medidas passaram com os votos a favor dos deputados da maioria governamental.

Maioria dá "luz verde" a sobretaxa de IRS e descida do IRC

Os deputados do PSD e CDS aprovaram sozinhos, esta segunda-feira, na especialidade, a manutenção da sobretaxa de IRS e o crédito fiscal, que poderá devolver parte do imposto pago, e também a redução da taxa do IRC para os 21% em 2015.

Nas votações na especialidade da proposta de lei do Orçamento do Estado (OE) para 2015, os deputados da maioria governamental votaram a favor do artigo que mantém a sobretaxa em sede de IRS e que introduz um crédito fiscal, fazendo depender da evolução das receitas de IRS e de IVA a devolução total ou parcial em 2016 do montante pago no próximo ano. Todos os outros partidos votaram contra este artigo.

Na proposta de OE, o executivo mantém a sobretaxa de 3,5% em sede de IRS aplicada ao montante que exceda salário mínimo nacional e introduz "um crédito fiscal que permitirá desagravar, parcial ou totalmente, a colecta da sobretaxa referente ao ano de 2015".

No entanto, este desagravamento está dependente das receitas de IVA e de IRS, uma vez que a fórmula de cálculo do crédito fiscal considera a diferença entre a soma das receitas efectivamente cobradas nestes impostos (e apuradas na síntese de execução orçamental de Dezembro de 2015) e a soma da receita agora estimada para o conjunto do ano. Isto quer também dizer que só em 2016 é que o contribuinte vai saber a sobretaxa paga ao longo do ano foi ou não desagravada.

Na votação desta segunda-feira na especialidade, os deputados do PSD e do CDS aprovaram também a redução da taxa nominal do IRC, de 23% para 21%, a aplicar a partir de Janeiro do próximo ano, um tema que incendiou o debate durante a manhã. As bancadas parlamentares do PS, do PCP e do BE votaram contra.

Quanto ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), foi aprovada - com os votos a favor do PSD e do CDS, a abstenção do PS e o voto contra do PCP e do BE - a proposta de alteração apresentada pelo PSD e pelo CDS, que remete para as autarquias a decisão de baixar ou não o imposto para as famílias com mais dependentes.

O PS tinha apresentado uma proposta que pretendia alterar a cláusula do IMI, "determinando que em cada ano, incluindo em 2014, a liquidação do IMI não possa ultrapassar o do ano anterior, adicionada de 75 euros até ao valor patrimonial tributário apurado na avaliação" do imóvel, segundo explicou o deputado socialista Ramos Preto. A proposta foi chumbada.

Ainda nos impostos indirectos, foram também aprovados na especialidade os aumentos do imposto aplicado à cerveja e às bebidas alcoólicas, bem como o alargamento do Imposto sobre o Tabaco (IT) ao rapé, tabaco de mascar, tabaco aquecido e cigarros electrónicos, passando também a tributar charutos e cigarrilhas.

Os deputados aprovaram ainda na especialidade a eliminação do aumento do incentivo fiscal, entre os 60% e os 80%, para quem importasse da União Europeia carros usados com mais de seis anos.

Este alargamento do incentivo fiscal estava previsto inicialmente na proposta do OE2015, mas os partidos da maioria voltaram atrás na medida, propondo que fosse eliminada do documento.