Convenção termina com Bloco de Esquerda dividido

A moção da actual direcção do Bloco de Esquerda venceu a convenção nacional do partido, mas apenas por oito votos. E no principal órgão – a Mesa Nacional – a divisão entre bloquistas levou a um empate com as listas de João Semedo e Catarina Martins, por um lado, e de Pedro Filipe Soares, pelo outro, a terem exactamente o mesmo número de votos.

A Mesa Nacional do Bloco é o órgão de direcção do partido entre congressos e elege a comissão política e os seu respectivo coordenador ou coordenadores. Os actuais coordenadores Catarina Martins e João Semedo viram a moção vencer a convenção com mais oito votos do que a moção do líder parlamentar, Pedro Filipe Soares.  

A disputa entre as duas principais moções, a da actual liderança de Catarina Martins e João Semedo e a do actual líder parlamentar Pedro Filipe Soares, foi renhida.

Politicamente, a actual direcção vence a convenção, mas sai desta reunião um partido ainda mais dividido, em que os poucos membros da Mesa Nacional que não pertencem a nenhuma das listas empatadas podem ter um papel decisivo.

"São uns resultados inéditos"
Mas o empate nos votos das duas principais listas criou uma situação inédita que o Bloco ainda está a tentar resolver e que começa, desde logo, na própria distribuição dos lugares da Mesa Nacional que tem uma distribuição proporcional.

Depois de conhecidas as votações, João Semedo disse, em declarações aos jornalistas, que entende que a Mesa Nacional deve agora seguir a indicação que é dada pela votação das moções.

“Os resultados foram dados. São uns resultados inéditos, o Bloco de Esquerda vai encontrar a solução, não sei se ainda durante a convenção”, disse Helena Pinto, que dirigiu os trabalhos da convenção.

“A mesa nacional resolverá depois o problema da coordenação”, disse por seu lado Luís Fazenda, apoiante de Pedro Filipe Soares.

[noticia actualizada às 14h04]