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"Aos berros" com Barroso. Loureiro dos Santos revela diferendo por causa do Iraque

29 out, 2014 • Raquel Abecasis

"Durão Barroso telefonou-me, estivemos os dois aos berros um com o outro porque ele dizia ‘mas eu vi as provas’. ‘Ai viu! Olhe, não acredite nelas’", conta Loureiro dos Santos, em entrevista à Renascença. A eventual existência de armas de destruição em massa no Iraque foi a causa da discussão.

"Aos berros" com Barroso. Loureiro dos Santos revela diferendo por causa do Iraque
"Durão Barroso telefonou-me, estivemos os dois aos berros um com o outro porque ele dizia ‘mas eu vi as provas’. ‘Ai viu! Olhe, não acredite nelas’", conta Loureiro dos Santos, em entrevista à Renascença. A eventual existência de armas de destruição em massa no Iraque foi a causa da discussão.

O general Loureiro dos Santos revela, em entrevista ao programa "Terça à Noite", da Renascença, que manteve uma discussão acesa "aos berros" com o então primeiro-ministro Durão Barroso, aquando da invasão norte-americana do Iraque.

Na base da discussão esteve a questão das provas sobre a existência de armas de destruição em massa.

"Durão Barroso telefonou-me, estivemos os dois aos berros um com o outro porque ele dizia ‘mas eu vi as provas’. ‘Ai viu! Olhe, não acredite nelas’", conta Loureiro dos Santos.

O general, antigo ministro da Defesa, recordou o episódio depois de defender que o Ocidente tem vindo a cometer sucessivos erros, todos com a mesma origem: a guerra que George W. Bush desencadeou no Iraque com o apoio, entre outros, de Tony Blair e Durão Barroso.
 
Na entrevista ao “Terça à Noite”, Loureiro dos Santos, que acaba de publicar o livro “O Futuro da Guerra”, defende a necessidade de estar alerta face aos riscos do Estado Islâmico. Do seu ponto de vista, as forças de segurança portuguesas devem estar num grau de alerta 3, numa escala de 5.

Loureiro dos Santos sai ainda em defesa do ministro dos Negócios Estrangeiros, depois das críticas motivadas pela revelação de Rui Machete, feita em entrevista à Renascença, de que "dois ou três" portugueses no Estado Islâmico querem regressar a Portugal. "As pessoas também precisam de saber alguma coisa da verdade", argumentou.