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Jerónimo de Sousa diz que Governo é “pobre a mal agradecido”

25 out, 2014

Líder comunista responde assim às críticas do primeiro-ministro aos jornalistas.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou, em Vila Real, o primeiro-ministro de se recusar a ver a realidade de um país onde hoje mais injustiça, pobreza, desemprego e endividamento.

"Vejam lá que Passos Coelho hoje criticou os jornalistas e comentadores porque não apoiam mais o Governo e a sua política e os seus êxitos. É o que se chama ser pobre a mal agradecido, um Governo que tem tido os apoios da comunicação social dominante, que tem tido os apoios que são conhecidos e vir agora fazer esta afirmação", salientou Jerónimo de Sousa, que falava depois de um almoço com militantes e simpatizantes.

O primeiro-ministro contestou a ideia que disse estar a ser veiculada "pelos que informam" de que a despesa pública "está igual a 2011", afirmando que, ao contrário, "desceu e continua a descer".

“Se ouvirmos as televisões, se lermos os jornais, os cortes não existiram, os sacrifícios e austeridade não existiram, os portugueses estão equivocados, estamos como estávamos em 2011", referiu Passos Coelho, no seu discurso de encerramento das jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS.

Para o secretário-geral do PCP, a "verdade fala por si, incluindo aquela que é escondida e manipulada pelo Governo".

"Estamos hoje num país onde há mais injustiças, pobreza, desemprego e endividamento e esta é a realidade que Passos Coelho se recusa a ver", salientou.

No caso do desemprego, que oficialmente diminuiu no país, Jerónimo de Sousa referiu que a estatística "funciona a favor do Governo", porque se se contabilizassem os emigrantes, estagiários e os que frequentam cursos de formação os valores seriam "insustentáveis".

Depois, o líder comunista falou ainda nos casos recentes na educação, "com a trapalhada" na "colocação dos professores e alunos ainda sem aulas", do "bloqueio da justiça" por causa do sistema informático Citius e a reforma judiciária que levou ao fecho de tribunais.

"Num Estado democrático um erro grosseiro desta natureza levaria a consequências, mas não, tudo pareceu normal", frisou.