Emissão Renascença | Ouvir Online

Durão Barroso deixa "política activa"

22 out, 2014 • Ricardo Conceição, em Estrasburgo

Prestes a deixar o Parlamento Europeu, Barroso já tem planos: "Politica não; universidades e conferências, sim".

Durão Barroso deixa "política activa"

Durão Barroso tenciona ficar ligado a questões europeias e internacionais, mas longe da vida política activa. Foi o próprio quem o disse, em Estrasburgo, na apresentação de um livro que resume os dez anos que passou à frente da Comissão Europeia.

“Vou continuar a intervir publicamente, mas não terei uma participação na política activa. Mas vou continuar ligado às questões europeias e internacionais”, disse Barroso às dezenas de pessoas que assistiam ao lançamento do livro na Livraria Kleber.

Perante o olhar atento do comissário indigitado, Carlos Moedas, o ainda presidente da Comissão Europeia explicou que, por razões pessoais, "politica não, universidades e conferências, sim".

“Isto é o que conto fazer num futuro previsível, mas, como se diz na minha casa, 'o futuro a Deus pertence'”, acrescentou, explicando a quem o ouvia que a expressão que usou na língua portuguesa queria dizer “que não controlamos o nosso futuro”.

Durão Barroso acredita que a Europa tem futuro, está mais forte e tem armas para lidar com as crises. Enquanto presidente da Comissão Europeia, defende regras mais flexíveis, mas, quanto aos déficits de França e Portugal, não se compromete.

“Apesar de tudo, e às vezes contra tudo, contra aqueles que previam o fim do euro, conseguimos tomar decisões, ainda que mais lentas do que gostaria, menos ambiciosas daquilo que gostaria e por vezes ziguezagueantes. É o preço a pagar pela democracia: os resultados têm de ser objecto de um consenso entre governos”, afirmou.

De improviso, José Manuel Barroso fez esta terça-feira o último discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Em tom optimista disse que a Europa está hoje melhor e a crescer.