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Secretário de Estado do Ensino justifica demissão com "imperativos de consciência"

17 out, 2014

João Grancho demitiu-se no no dia em que o jornal "Público" noticiou que o governante plagiou textos sobre a "dimensão moral" da profissão docente, em 2007, quando presidia à Associação Nacional de Professores.

Secretário de Estado do Ensino justifica demissão com "imperativos de consciência"
O secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário demissionário, João Grancho, justifica o pedido de demissão com "imperativos de consciência".

"Apresentei hoje o meu pedido de demissão ao senhor ministro da Educação e Ciência, que o transmitiu ao senhor primeiro-ministro. A minha decisão é estritamente do foro pessoal, determinada por imperativos de consciência e de sentido de serviço público e não por quaisquer questões relacionadas com o meu desempenho no cargo", disse João Grancho, numa curta declaração à Lusa, sem direito a perguntas.

O secretário de Estado de saída da equipa do ministro Nuno Crato disse que cessa funções "com a certeza de ter as cumprido cabalmente" e de "tudo ter feito para melhorar a Educação". 
 
"Entendi também que esta decisão era a que melhor preservava o Governo na difícil tarefa que ainda tem pela frente e que terá que concluir para bem de Portugal. Agradeço ao senhor ministro e ao senhor primeiro-ministro toda a confiança em mim depositada ao longo deste período de intenso e exigente trabalho", concluiu. 
 
João Grancho apresentou esta sexta-feira a demissão ao ministro Nuno Crato, que a aceitou, alegando " motivos de ordem pessoal" para justificar o pedido.
 
A decisão foi anunciada no dia em que o jornal "Público" noticiou que João Grancho plagiou textos sobre a "dimensão moral" da profissão docente.

Os factos remontam a 2007, quando o então presidente da Associação Nacional de Professores apresentou uma comunicação sobre o tema num seminário em Espanha. João Grancho, avança o "Público", copiou, sem citar, partes de dois textos de outros académicos.

Em resposta ao jornal, o gabinete do secretário de Estado negou a existência de plágio. "Pretender associar um mero documento de trabalho, não académico, nem de autor, nas circunstâncias descritas, a um plágio, é totalmente inapropriado e sem qualquer sentido", argumentou.