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Marinho Pinto vai fazer "strip tease" dos seus recibos de ordenado

05 out, 2014

Líder do novo Partido Democrático Republicano garante que nada tem a esconder do povo português. Responde a Passos que recusa fazer "strip tease" das suas contas.

António Marinho Pinto, fundador do Partido Democrático Republicano (PDR), anunciou em Coimbra que vai fazer um "strip tease" dos seus vencimentos enquanto eurodeputado, que "outros se recusam a fazer".

Ainda esta semana, Marinho Pinto vai divulgar "todos os recibos de vencimento emitidos" enquanto eurodeputado no site do PDR, avançou, sublinhando que fará "com muito gosto um strip tease que outros se recusam a fazer".

"Não tenho nada a esconder do povo português. Irei fazer o strip tease que o pudor de alguns os impede de fazer", salientou, defendendo a transparência, assim como "a absoluta exclusividade", no exercício de funções de titulares dos órgãos de soberania.

No último debate quinzenal no parlamento, no final de Setembro, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse recusar fazer o 'strip tease' das suas contas bancárias, quando desafiado pelo então secretário-geral do PS, António José Seguro, a autorizar o levantamento do sigilo bancário a propósito do caso Tecnoforma.

António Marinho Pinto falava durante a apresentação do PDR, que decorreu na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, onde divulgou os princípios do partido, que assentam em "Liberdade, Justiça e Solidariedade".

O fundador do PDR assegurou que se tem de "refundar a República e fazer um novo 25 de Abril, sem chaimites e sem armas".

"Podemos fazer um novo 25 de Abril sem os excessos do passado", disse, através da "arma do voto". "Os problemas da democracia resolvem-se sempre com mais democracia", comentou, considerando que, caso não haja mudanças, o país trilha um "caminho de suicídio colectivo".

Segundo Marinho Pinto, deve-se "reformar o Estado sem prejudicar as suas funções reguladoras e sociais", considerando que se tem de "pôr termo ao monopólio" dos partidos políticos, devendo haver abertura da "política ao cidadão".

"Qualquer cidadão deve poder candidatar-se autonomamente a qualquer cargo público, sem ter a dependência de um partido político", frisou.

O também antigo bastonário da Ordem dos Advogados realçou a necessidade de os deputados serem "autónomos e independentes" do seu partido, referindo que estes celebram "compromissos com o cidadão e não com o partido".

"Antes das eleições, os deputados passeiam-se pelo país a prometer tudo aos eleitores. Mas uma vez eleitos esquecem-se dos compromissos que celebraram com quem os elegeu", disse, criticando também os partidos que "se isentam a si próprios de impostos mas que impõem impostos que esmagam cidadãos e empresas".

Sobre o sistema político, o fundador do PDR criticou ainda os valores das subvenções que os partidos recebem por voto, por considerar que "não é o Estado que tem de garantir a sobrevivência dos partidos, para que não se tornem parasitas do Estado".