30 set, 2014
O primeiro-ministro fica muito fragilizado com o caso Tecnoforma e ainda deve explicações ao país, defende o socialista Vera Jardim no programa “Falar Claro” da Renascença.
O antigo ministro da Justiça considera que Pedro Passos Coelho tem que esclarecer quanto recebeu em despesas de representação da organização não-governamental Centro Português para a Cooperação, na década de 90, quando ainda era deputado.
“Tem que esclarecer que despesas [de representação] foram essas, o montante, a regularidade com que foram feitas e de onde veio esse pagamento de despesas. Nada disso está esclarecido. Acho que isto fragiliza muito o primeiro-ministro e não sei se este caso ficará por aqui enquanto não for apurada toda a verdade”, diz Vera Jardim.
"O que pedimos a Passos Coelho é impossível ele dar"
Para o social-democrata Nuno Morais Sarmento, só um “maluco da organização” é que teria essa contabilidade e poderia prestar esclarecimentos sobre gastos realizados no final da década de 90.
“Aquilo que pedimos a Pedro Passos Coelho sabemos que é impossível ele dar”, sublinha o antigo ministro da Presidência, para quem este é um “caso sem caso”.
“A questão está resolvida juridicamente, mas depois quando passamos para o plano político continuamos a fazer um combate com argumentos jurídicos. E é o que é esta conversa das despesas de representação”, argumenta Morais Sarmento, que fala em “batota” por parte da oposição.
Vera Jardim discorda e responde que “quando está em causa um primeiro-ministro o Direito não resolve tudo”.
“Há o direito e há outras coisas. Não é baralhar coisíssima nenhuma. Uma coisa é a parte jurídica e outra é a parte de facto, como é que as coisas aconteceram e em que termos e isso não está resolvido, para mim. Gostaria que estivesse, mas não está”, conclui o histórico socialista sobre a polémica que envolve o primeiro-ministro.
Notícia corrigida às 11h12 de 30/09/2014 - Corrigida o nome da organização não-governamental ligada à Tecnoforma