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"Monstro" Tecnoforma dá origem a vários processos, incluindo a um membro do Governo

26 set, 2014

Advogado da empresa confirma a saída de uma verba mensal da Tecnoforma para o Centro Português para a Cooperação.

"Monstro" Tecnoforma dá origem a vários processos, incluindo a um membro do Governo
A Tecnoforma, empresa de formação e consultoria, repudia a forma como o seu nome tem sido tratado na comunicação social. Por isso, vai processar o jornalista José António Cerejo, do “Público”, alguns comentadores que têm escrito sobre a matéria, e ainda um membro do Governo, que não específica, pelo "monstro que criaram e que gerou uma grande confusão".

Sobre as verbas que terão sido pagas ao então deputado Pedro Passos Coelho, o advogado Cristovão Carvalho explicou que a empresa confirma a "donativo mensal" de dinheiro para o Centro Português para a Cooperação, a ONG onde Passos trabalhou. Explicou ainda que a empresa "era um dos principais mecenas" deste Centro Português para a Cooperação, fundado pelo actual primeiro-ministro.

Quanto ao valor que o então deputado terá recebido, o advogado não tem presente a quantia e remete para as declarações de Passos Coelho no Parlamento esta sexta-feira. O primeiro-ministro confirmou ter sido "reembolsado a titulo de despesas de representação" durante uma altura em que era deputado em regime de exclusividade no Parlamento.

Cristovão Carvalho confirma que o objectivo da empresa era "abrir uma Universidade em Cabo Verde para fazer cooperação com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)". "Também tinha como objectivo procurar angariar fundos europeus de apoio à montagem dessa universidade".

O representante legal da Tecnoforma garantiu ainda que Passos Coelho desempenhou as funções de consultor na empresa de 2001 a 2007, esclarecendo que a ligação do actual primeiro-ministro ocorreu posteriormente a ter sido deputado na Assembleia da República.

O caso Tecnoforma tem dois anos e ressurgiu há uma semana como um artigo da revista “Sábado”. Desde essa altura adensaram-se as dúvidas sobre se o primeiro-ministro recebeu ou não dinheiro da empresa de consultoria, entre 1997 e 1999, altura em que era deputado. Em causa poderia estar um crime fiscal, que já prescreveu, e a falsificação de documentos quando pediu subsídio de reintegração ao abrigo do regime de exclusividade.

[Actualizado às 19h10]