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Seguro: "Não recebo nenhuma lição de moral tua". Costa: "Mas fazia-te falta"

23 set, 2014 • Pedro Rios

Houve lições de moral. Galões puxados. E ataques, muitos ataques, e uma “narrativa” em que só uma pessoa do mundo acredita. Foi assim o último debate televisivo dos candidatos às primárias do PS.

Seguro: "Não recebo nenhuma lição de moral tua". Costa: "Mas fazia-te falta"
21h00 - O debate começou. É Seguro que vai falar primeiro.

21h00 - Seguro: "Primeira prioridade é o emprego." Como? Através de um "plano de reindustrialização", que vá da "agricultura" ao "digital".

21h01 - Costa dá várias prioridades, não apenas uma, como lhe pediu o jornalista João Adelino Faria. "Resolver a asfixia" às empresas; combater o "desemprego jovem", mas também o "desemprego de longa duração", com programas entre autarquias e IPSS e um programa ligado à reabilitação urbana; e o "combate à pobreza infantil e juvenil".

21h03 - "A estratégia deste Governo é errada porque conduz ao empobrecimento", diz Seguro.

21h03 - Seguro promete que vai repor rendimentos dos pensionistas e reformados. Proposta que Costa também faz, como disse o autarca em entrevista à Renascença.

21h04 - Um início de debate ameno. Costa e Seguro de acordo no que toca às pensões.

21h04 - Costa: "É possível e necessário" repor as pensões.

21h05 - Funcionários públicos vão recuperar o que perderam? Seguro responde: "Eu não vendo ilusões." Mas quer que os portugueses recuperem rendimentos.

21h07 - Costa só assume "compromissos concretos" daqui por um ano. "Não se deve agora apresentar compromissos que depois não se pode cumprir". "O país precisa de bons serviços públicos e não há bons serviços públicos sem funcionários motivados".

21h07 - "Tem havido um ataque aos funcionários públicos", diz Seguro, que está contra o despedimento de trabalhadores do Estado.

21h09 - Primeiro ataque do debate: Seguro diz que a concordância com Costa nestes temas mostra que estas primárias eram desnecessárias.

21h10 - Diferenças de personalidade? "Indiscutível", diz Costa. Mas também no posicionamento. Critica "leitura triunfalista" que Seguro fez dos resultados das eleições europeias. "Ninguém desejaria que estivéssemos hoje aqui. Estamos hoje aqui porque é necessário que o PS mude". Só assim haverá alternativa "credível" ao Governo.

21h10 - Seguro diz que na cadeira de António Costa no estúdio da RTP devia estar Pedro Passos Coelho. "Isso é que os socialistas gostariam".

21h12 - "A crise [do PS] foi provocada pelo António Costa". "O PS ganhou as eleições" e esta é uma "situação nova" na "vida do Partido Socialista". Lembra-se de tempo em que havia "solidariedade" no PS. "Hoje não há", lamenta o actual secretário-geral.

21h13 - Costa recorre a sondagens que indicam que os portugueses acreditam que Costa está mais bem preparado para combater a direita. "Eu não me conformo em oferecer a vitória à direita".

21h13 - Seguro responde com sondagem do "Expresso" que, diz, mostra que o eleitorado gosta dele.

21h14 - Seguro ataca Costa: "Só vens agora disputar a liderança porque terminou o memorando [da troika] (...) Agora é fácil fazer oposição. (...)”

21h15 - Costa diz que participou num "esforço" de união do partido. "Eu empenhei-me nas eleições autárquicas. A vitória em Lisboa não é uma vitória do PS? Mas as coisas não estavam a correr bem". Costa sentiu que "havia um problema". E avançou para a liderança.

21h15 - António Costa: "Tu construíste uma narrativa em que tu só acreditas."
21h15 - Seguro: "Não é verdade... Veremos isso no dia 28"
21h17 - Seguro: "As eleições do Parlamento Europeu são de segunda ordem (...) Não houve uma escolha para o Governo".

21h18 - Uma parte do debate passada no ajuste de contas.

21h18 - Costa: "Há uma diferença entre nós: tu deves estar desde pequeno a sonhar em ser secretário-geral do PS".

21h19 - Costa: "Este ano é que vai ser o ano difícil para fazer oposição."

21h20 - Costa: "Já concorreste a alguma eleição?"
21h20 - Seguro: "Estive na linha da frente. As pessoas conhecem-me. Esta campanha teve uma mais-valia: os portugueses começaram a conhecer-te melhor".

21h21 - O jornalista João Adelino Faria introduz um dos temas quentes desta campanha: Seguro quer reduzir o número de deputados, Costa discorda.

21h21 - Costa: "É uma desonra para o Partido Socialista." Ataca falta de "coerência" na polémica proposta de reduzir número de deputados. "A ideia surgiu agora" porque é "popular". Resulta do "desespero" de Seguro, que teme a derrota nas primárias.

21h23 - "O António Costa é o candidato do ‘status quo’: não quer nenhuma mudança". Rejeita haver perigo de reduzir representação dos pequenos partidos. "É falso".

21h23 - Costa diz que PCP e Bloco de Esquerda perderiam representação com proposta de Seguro. Seria vencê-los "na secretaria".

21h25 - Seguro: "É engraçado ver o António Costa como um defensor do interior. O António Costa, como ministro da Administração Interna, queria eliminar as freguesias com menos de 1000 eleitores."

21h27 - António José Seguro acusa Costa de ajudar o Governo. E de copiar ideias que o PS já tinha apresentado.

21h29 - "Há um partido invisível na sociedade portuguesa", diz Seguro. Cita entrevista polémica ao "i" de Nuno Godinho de Matos, que foi administrador do Banco Espírito Santo, e, refere Seguro, tem vários interesses. "Estamos a falar do porta-voz dos fundadores que apoiam António Costa. Estamos a falar de uma promiscuidade total" entre política e negócios.

21h31 - Costa acusa Seguro de "diabolizar" todo o eleitorado socialista. "O Mário Soares e o Jorge Sampaio apoiam-me por causa dos negócios? O que é que tu já fizeste para combater a corrupção?". E Costa diz que fez muito enquanto ministro.

21h31 - "Quem recorre ao insulto e cede ao populismo" não tem condições para liderar o PS e governar, conclui o autarca de Lisboa.

21h31 - Estamos no momento mais tenso do debate: Costa diz que Seguro trata "como inimigos e traidores" militantes do PS. Falar em Nuno Godinho de Matos é uma "coisa muito feia": Costa diz que não é responsável pelo que os seus apoiantes poderão ter feito.

21h34 - "Não recebo nenhuma lição de moral tua", diz Seguro.
21h35 - "Mas fazia-te falta", responde Costa.