Bancadas parlamentares unidas aprovam inquérito ao BES

O parlamento aprovou por unanimidade, esta sexta-feira, a criação de uma comissão de inquérito ao caso BES. A proposta do PCP mereceu o voto favorável de todos os partidos nas votações tidas em plenário da Assembleia da República.

A comissão ao processo do Banco Espírito Santo e Novo Banco só deve avançar a partir de 7 de Outubro após a conclusão da comissão de inquérito à compra de material militar.

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, já disse que o objectivo é ir tão longe quanto possível: "Obter todos os esclarecimentos sobre esta situação que envolve o BES e o GES, sem limitações ou obstáculos, mas também com a intenção de retirar desses esclarecimentos as devidas consequências".

O deputado do PSD, Duarte Pacheco pede apenas seriedade e que se evitem insinuações sem fundamento e pede que a justiça funcione. 

Antes, durante a discussão, já havia sido consensual nas bancadas a necessidade de se apurarem responsabilidades e de serem conhecidas mais informações sobre todo este processo.

A presidência desta nova comissão de inquérito fica a cargo do PSD, que indicou o deputado Fernando Negrão.

No dia 3 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas. No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.