Emissão Renascença | Ouvir Online

Madeira. Jardim defende referendo apesar dos "traumas do império"

19 set, 2014

Líder regional reivindica um "novo modelo de autonomia".

Madeira. Jardim defende referendo apesar dos "traumas do império"
O presidente do Governo da Madeira afirmou que o contencioso do aprofundamento da autonomia deste arquipélago pode ser resolvido com um referendo se o Estado português não for "dominado pelos autoritarismos e traumas do império".

Num comunicado assinado por Alberto João Jardim a propósito do referendo realizado quinta-feira na Escócia, emitido pela presidência do executivo insular, o líder madeirense sublinha que o contencioso entre a Madeira e a República "não reside na pretensão de independência, mas num novo modelo de autonomia".

"A questão reside em se o Estado português será suficientemente democrático e civilizado para consensualizar a resolução deste contencioso, até pela via referendária, ou se ainda estará dominado pelos autoritarismos e traumas do império que tantos males acarretaram", escreve Jardim.

O governante madeirense sublinha que a Madeira reivindica um "novo modelo de autonomia em que fiquem definidas as competências da República Portuguesa: Direitos, Liberdades e Garantias; defesa e segurança; política externa; tribunais de recurso e sistema nacional de segurança social".

Jardim argumenta que "independentemente do resultado", o referendo realizado quinta-feira sobre a independência da Escócia, no qual o 'não' com 55,30 % dos votos, "traduziu-se numa vitória do povo escocês".

Para Jardim, os habitantes da Escócia obtiveram "o reconhecimento de direitos que o Parlamento de Londres antes recusava". "Se a tempo os tivesse reconhecido, ter-se-iam evitado as tensões, despesas e reflexos económico-financeiros que o referendo desencadeou".